Brasil e Angola têm algo em comum: A FOME!

Aquela imagem linda do Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul, Paraná, Santa Catarina, Espírito Santo e outros estados, que diariamente as TVs mostram, não representa todo o Brasil. Eu, Pedro Muenho (Lil Pasta Sacerdote), conheço melhor este Brasil que muitos nativos.

No pouco tempo que cá resido, já conheço 16 estados brasileiros, dos 27 que tem este país. Nas minhas viagens pelo Nordeste e Norte do Brasil, deparei-me com uma realidade idêntica ao continente africano, em particular Angola — que é o meu país.

A fome é uma realidade nestas zonas do Brasil, cidades em que meninas se prostituem em troca de um prato de comida. Senhoras e senhores, presenciei esta realidade em duas cidades brasileiras: Marcolandia (Piauí) e Castanhal (Pará). Meninas com menos de 17 anos imploraram-me para que lhes oferecesse um prato de comida em troca de sexo. Esta realidade não é diferente dos cantos da Nigéria ou de Angola, como em Lagos e Luanda, respectivamente.

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Coisas incomuns vi acontecendo na Bahia, Pernambuco, Maceió, Paraíba e em todo o Nordeste, que as meninas se engravidam para ganharem os 264 reais do bolsa família. Apesar do governo Brasileiro ter um grande programa de ajuda aos mais necessitados, muitos beneficiários deste programa não têm necessidade, porque não há uma grande transparência no enquadramento dos cidadãos nestes programas.

Neste sentido, conforme asseverei acima, existem muitas zonas do Brasil que se assemelham à realidade africana.

No Huambo, por exemplo, todos os dias, de Janeiro a Dezembro, desde 2004, mulheres acorrem ao Jardim da Cultura à noite para esperar homens que possam dar algum dinheiro em troca de algumas horas de sexo.

Acontece em Menongue, em Ndalatando, até no Moxico.

Acontece em Kinshasa, em Antananarivo, em Libreville — outros lugares de África que já visitei. O Brasil é exactamente assim, como África. Tudo por causa da fome... Das gritantes necessidades da vida.

O Brasil também tem ruas alagadas, sem saneamento básico e sem condições mínimas de sobrevivência.

Há aspectos em que esse país pode ser pior que África.

Pedro Muenho, formado em webjornalismo e graduando em teologia e administração

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