Apesar das esquisitas “manobras” para o jogar no esquecimento, o caso de Manuel Rabelais, que depois de condenado a 14 anos e seis meses de prisão agurda placidamente em casa o recurso interposto pela sua defesa,continua vivo na memória dos cidadãos e tem sido motivo de diferentes conjecturas, havendo a sublinhar a fuga de Filomeno Ceita, ex-PCA do BCI, comparsa de Rabelais no saque de mais de 270 milhões de dólares
Embora já tenha sido julgado e alegadamente “condenado”, círculos da sociedade civil consideram que o “bem-sucedido esquema de drenagem de divisas do Banco Nacional de Angola (BNA), que permitiu a Rabelais saquear mais de 270 milhões de dólares, através do Banco de Comércio e Indústria (BCI), então coordenado por Filomeno Ceita”, não terá sido bem esclarecido, considerando que um dos actores mais importantes na jogada, Filomeno Ceita, simplesmente desapareceu.
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Recorde-se que a Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) solicitara, a 19 de Fevereiro de 2019, a comparência do PCA do BCI, Filomeno Ceita, para interrogatório no âmbito do processo nº 68/2018, relativo à gestão do Grecima, bem como se exigiu também a comparência do gestor de conta do Grecima. Porém, depois da audiência, apenas se soube que a Filomeno Ceita lhe fora aplicada apenas o Termo de Identidade e Residência (TIR) e desde então caiu sobre o assunto uma densa névoa.
A 28 de Fevereiro do mesmo ano, depois da audiência na DNIAP, o Conselho de Administração do BCI emitiu um comunicado interno aos seus trabalhadores, tendo explicado que o PCA esclareceu que “o banco observou, na realização das operações em causa, todas as normas e procedimentos existentes”.
O referido Conselho de Administração regozijava-se por não ter sido aplicada nenhuma medida de coacção a Filomeno Ceita, excepto o Termo de Identidade e Residência (TIR), garantindo antecipadamente que, “por outro lado, a condição de arguido (do PCA do BCI) será removida brevemente no âmbito do processo e comunicado ao advogado do banco”.
Essa referência do BCI foi considerada na altura e continua a sê-lo, bastante estranha. De acordo com analistas, em circunstâncias normais, de boa conduta e de dignidade profissional, Filomeno Ceita deveria ter apresentado a sua demissão.
Como tal não aconteceu, logo depois de indiciado pela PGR e posto sob TIR, Filomeno Ceita devia ter sido imediatamente exonerado do cargo de PCA do BCI.
Nunca se compreendeu também o silêncio dos accionistas, em particular do Ministério das Finanças (representante do accionista Estado) e do supervisor, o BNA, quanto à idoneidade de Filomeno Ceita e a sua manutenção no cargo de PCA de um banco estatal, ao mesmo tempo que era arguido num processo que envolvia a instituição.
Na sequência do assunto, foi posta a circular uma notícia dando conta de que Filomeno Ceita, mesmo sob o Termo de Identidade e Residência, que o proibia de sair do país, viajara para o exterior, com “autorização oficial” e foi ficando por lá.
Este é assim mais um caso, em que indivíduos arrolados à procesos-crime e sob a condição citada, abandonaram o país, aumentando as suspeitas de que há funcionários no sistema de investigação e de justiça corruptos e subornados, por um lado, e por outro, que o sistema de justiça em Angola está realmente manietado à influências políticas e “ordens superiores”.
A fuga de Ceita confirma que terá “ajudado” Rabelais no “saque” referido. Durante o julgamento de Manuel Rabelais, a participação de Filomeno Ceita em todo o “esquema” terá sido omissa. Assim sendo, a sociedade questiona: onde anda Filomeno Ceita e quem o “autorizou” a sair do país num altura que devia ser julgado?
Ao que tudo indica, a condenação de Rabelais e do seu comparsa, Hilário Gaspar Santos, não passou de mais uma fachada. Para quando o recurso? Parece que a estratégia é deixar passar o tempo para depois ficar tudo em “águas turvas”. Para onde vais Angola?
Jornal 24 Horas
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