Campeonato do Mundo em Qatar e “imposições” hipócritas a partir do Ocidente- Marcolino Moco



Admitindo-o ou não, somos todos fãs das coisas do Ocidente. Aliás, hoje por hoje. e, no fundo, desde a sua formação, o ocidentalismo não tem o seu lugar cativo na Europa ocidental ou nos Estados Unidos. 

Mesmo quando rejeitamos usar o fato com gravata, como disso parecem ter desistido as elites políticas dos muito tradicionais China e Japão, as elites políticas africanas, por exemplo, não conseguem, na generalidade, impor línguas pré-coloniais como línguas da administração ou de uso corrente na formação integral e como instrumentos de comunicação nacional ou regional. Em Angola, conheço um intelectual que esperneia dizendo que por não gostar “dos brancos” só usa fatos africanos. Mas di-lo num português. esforçadamente, refinado e articulado. A talhe de foice, quem adivinhar de quem falo, terá um prémio de meio kwanza, rsrsrsrs ... porque não sou “maribondo” nem “caranguejo”, para puder pagar mais. Para dizer que por aqui temos também as nossas muitas e desfasadas hipocrisias. 

Mas hoje vim mesmo só para falar das hipócritas imposições ocidentais à volta do campeonato mundial de futebol, em Qatar. Depois de tudo combinado e organizado falar agora de direitos humanos violados durante as construções? “Impor” a cultura LGBT no Qatar? Como se isso lembrasse o diabo!  




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É minha convicção de que direitos humanos e outros aspectos de construção de sociedades sem descriminação, em vários sentidos, são vectores de natureza cultural, melhor apreendidos na mundivisão ocidental que não devem ser impostos, de forma abrupta, a regiões societárias que não tiveram percurso endógeno idêntico ao puramente ocidental. Doutro modo, estaremos perante situações de intolerância que se consubstanciam numa forma de desconsideração de diversos processos civilizatórios. 

Entretanto, e não falo aqui do compreensível pragmatismo que se perdoa aos  dignitários políticos ocidentais ou de quaisquer outras áreas civilizacionais, vemos sectores do Ocidente que para a defesa de interesses imediatistas, não se coíbem em apoiar, abertamente, regimes que em África, fazem retroceder os avanços já alcançados na construção do estado democrático e de direito. É o que se faz com Angola, a partir de sectores não negligenciáveis da Europa e dos Estados Unidos, sob o pretexto, muito acima do subliminar, de que a oposição ainda não está preparada para governar. Como se governar bem fosse saber destruir partidos políticos que se opõem pacífica e legitimamnte ao regime vigente, este que monta, abertamente, simulacros de  instituições eleitorais e judiciais. 

Assim, como já o disse uma vez, eu prefiro o pragmatismo chinês, que não finge nem se empenha em impor o seu modelo ideológico a ninguém. Limita-se a fazer os seus “negócios”, não criando falsas espectativas aos que se aventuram na tarefa da consolidação de um estado moderno, minimamente justo e coerente, em África.

Deixem a bola rolar no Qatar. Se possível, amanhã, na Coreia do Norte, em Cuba, na Venezuela e onde mais? .... pode ser uma das formas requeridas para construir transições para um mundo melhor. Parem com a guerra, na Ucrânia, péssimo exemplo para nós africanos. Pé no acelerador do diálogo entre culturas e nações.



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