Costas viradas por causa da Isabel



Isabel dos Santos  está no epicentro de uma crise que ameaça agitar seriamente as águas políticas em Portugal. 

Na quinta-feira o Observador, o maior jornal electrónico português, publicou, antecipadamente, trechos de “O Governador”, uma biografia em que Carlos Costa, antigo governador do Banco de Portugal (BdP) é citado pelo autor do livro como tendo atribuído ao primeiro-ministro pressões para que Isabel dos Santos fosse mantida no Conselho de Administração do Banco BIC Europa.

De acordo com trechos pré-publicados, numa reunião com Isabel dos Santos, o então governador do BdP ter-lhe-ia dito para se afastar da administração do banco, de que era co-proprietária para que o “mercado compreendesse que o banco nada tinha a ver com o BIC Angola e nem estava exposto aos problemas, nomeadamente reputacionais”.




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Carlos Costa defendia que Isabel dos Santos e  Fernando Teles fossem substituídos por administradores verdadeiramente independentes dos accionistas para dar credibilidade ao reforço que o Banco de Portugal impunha aos mecanismos de controlo interno do BIC Portugal relativos às regras europeias contra o branqueamento de capitais”, que Portugal aplica desde 2020.

Acostumada pelo pai a ser obedecida em tudo e por todos, Isabel dos Santos elevou a voz, ao que o governador do BdP retorquiu: “Se a sra. Engenheira continua a falar nesse tom, a reunião termina de imediato e sem mais discussão”.

Numa época em que Portugal se comportava como a 19ª província de Angola, por “troca” com São Tomé e Príncipe, a “Princesa”, como então era também conhecida, tomou as palavras do governador do BdP como inaceitáveis e acto contínuo relatou-as, telefonicamente, ao primeiro-ministro, António Costa.

“Houve movimentações de desagrado da senhora junto dos poderes políticos portugueses relativamente à atitude do governador, queixando-se de eu a ter impedido de fazer parte do Conselho de Administração. Há um acionista de um banco angolano que diz à boca cheia que está à espera da saída do governador para concretizar o seu plano para o banco em questão”, lê-se num dos textos do livro.

“Entalado” entre duas posições irreconciliáveis, o chefe do governo luso optou pela subserviência ao capital proveniente de Angola.

Também ao telefone, António Costa teria pedido ao governador do BdP tratamento diferenciado a Isabel dos Santos.

“Não se pode tratar mal a filha do Presidente de um país amigo de Portugal”.

Reproduzidas em trechos do livro que o Observador publicou quinta-feira, as palavras de Carlos Costa causaram imenso constrangimento público ao primeiro-ministro.

“Mordido” pelas televisões na tarde dessa mesma quinta-feira, António Costa, com o cenho profundamente carregado, prometeu levar a tribunal o antigo governador do banco de Portugal, a quem atribui ofensas à sua honra. 

De acordo com o primeiro-ministro, a decisão de levar o assunto à justiça foi antecedida de uma conversa telefónica com Carlos Costa, a quem confrontou com o texto do Observador e de quem esperava algum desmentido ou retratação.

Porém, de Carlos Costa, António Costa não ouviu nem desmentido e muito menos retratação.

“Sendo assim, não me sobra outra alternativa que não recorrer aos tribunais para exigir a reparação dos danos causados ao meu nome e honra”. 

Carlos Costa dirigiu o BdP durante uma década (2010-2020). 

Descrevendo-o como sério e muito honrado, a imprensa lusa acredita que, sem provas consistentes, Carlos Costa jamais autorizaria a publicação de um livro que coloca em maus lençóis o chefe do executivo português.

No livro é dito que Carlos Costa temeu pela sua segurança quando afastou Isabel dos Santos e Fernando Telles do Conselho de Administração do BIC Portugal.

Ao tempo em que era uma “Princesa” temida e venerada, Isabel dos Santos ignorava propositadamente a existência de regras europeias contra o branqueamento de capitais, tentando convencer a opinião pública portuguesa e europeia de que o facto de ser filha do presidente de Angola nada tinha a ver com a origem sua fortuna.


Correio Angolense 




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