ONDE ESTÃO OS "CALUS PUROS"?



 A cidade de Luanda tornou-se uma metrópole cosmopolita aonde afluem e se misturam, quase indistinta e ininterruptamente, angolanos de todas as proveniências geográficas, matizes culturais e etnolinguísticas. 

E, neste caldo de culturas, os "calus puros" continuam por cá -- nem que seja por adopção, mais do que um processo biológico. Mas temos de convir que se tornou o cabo dos trabalhos encontrá-los. A eles, os puros mesmo! 

Foi há 60 anos que eu, o próprio Severino Carlos Cachombo, nasci, cresci e me fiz homem  no mítico Sambizanga. Ali, no Santo Rosa, nas traseiras da antiga Padaria Pameli, hoje transformada na sede da associação AkwaSambila. 



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Mas sou filho de ovimbundu -- o sobrenome Cachombo não deixa que minta. O meu pai, proveniente do Planalto Central (Luvemba, Bailundo, Huambo), assentara arraiais no Sambila bem no início dos anos cinquenta. 

Por isso, acho que estou longe de ser um "calu puro". Ou essa desinência é mais um estado de espírito cultural do que uma função biológica? 

Seja como for, considero-me um luandense dos quatro costados. Apesar da minha hibridez cultural, não me "destribalizei". 

Sei que os calus puros" continuam por aí -- empertigados e vaidosos. Não estão em vias de extinção, mas temos de convir que achá-los, nos dias de hoje, já se tornou um pouco como procurar uma agulha num palheiro.  


Severino Carlos 



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