O general Numa não é general de Bicesse- Kate Hama



Ainda me recordo de, em 1985, quando o coronel Abílio Kamalata Numa, num movimento, de uma frente de combate para a outra, foi recebido por mim, num local classificado, com a tropa sob seu mando, quando houve o tal primeiro duro arremesso ofensivo de cubanos e FAPLA, acessorados por russos, em direcção à Mavinga.

Eu, Era o segundo comandante das comunicações militares da FALA, junto do BOER e, fazia parte do comando militar junto dos sul africanos. O boer! O branco racista!

Era eu que estava com eles!

E, era eu também um dos responsável pelo comportamento político da tropa perante a nossa realidade; éramos extremamente disciplinados.

Em momento algum o sul africano acessorou uma única batalha das FALA, como era a realidade do dia a dia dos militares do governo do MPLA.




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Eu comia, dormia, treinava artes marciais com eles, fazíamos ginástica, viajavamos juntos, operavamos armas, assistia a televisão com eles e ia à cidade alugar filmes, trabalhávamos juntos nas salas de operações, comíamos da mesma panela e fumávamos os mesmos cigarros.


Mas, a direcção do partido e das forças armadas tinha confiança em mim: em 1987, melhoramos a vida política e social da tropa, e também assumi as funções de comissário político das comunicações das FALA, junto do racista! 

É obra!


Essas funções passaram, mais tarde, a ser extensivas a todo o campo militar. 

Nós tínhamos plena consciência da circunstância histórica que estávamos a viver. A primeira lição para quem fosse a lidar directamente com os sul africanos, era a noção exacta de que eram aqueles senhores! Tínhamos uma máxima: "quando você está no buraco e precisa sair, toda ajuda é aceite." E digam o que disserem, e que fique claro, essa ajuda teve a sua utilidade e propiciou um possível entendimento entre os contendores angolanos e aproximou o fim da guerra!

Como ensinou o Velho presidente Jonas Savimbi, "as armas não tinham o cheiro da origem, as armas cheiravam à pólvora!".


E mais, em 1986, quando chegou o americano, (aquele que o governo do MPLA chamava de imperialista!), com a sua "participação", eu trabalhava tanto com os sul africanos, como com os americanos! 

E foi sempre assim até ao fim da aliança!


E o nosso estado de consciência política e revolucionária, não era pouco. Tínhamos os nossos 19, 22 a 25 anos de idade e lidamos com toda aquela idiossincrasia ideológica com abnegação e honra, que, nos fez manter a firmeza perante tudo e todos, até chegarmos ao fim da guerra, em 1991, onde o general Numa já era general de exército e o oficial que assinou com o general de exército Ben Ben, as tréguas do Luena, era o coronel Higino Carneiro.


O general Numa não é general de Bicesse!


Sobre a relação política e histórica da questão, o Doutor Savimbi esteve com Madiba na sua terra natal, recebido como herói, que tinha combatido um bom combate, em 1996! 

Não há, aí, mais conversa!

Nem todos são da massa associativa...


Agora, existe a tendência de percorrer, de volta ao passado histórico das ideologias, para se tentar sustentar sistemas políticos que não são capazes de realizar o bem estar de uma sociedade sofrida.

Qual é o projecto nacional, quando as pessoas de bem deste sofrido país se tornam migrantes de uma terra que os devia amar mais?

O que aconteceu com os racistas sul africanos? Migraram para a Europa?

A história do Cuito Cuanavale não deve servir de tampão ao sistema de branqueamento de comportamentos politicos, morais, sociais e econômicos, envelhecidos e caducos.

O Cuito Cuanavale tem segredos que não contam às pessoas porquê?


O sul africano libertou-se a si próprio, olhando com coragem para o futuro de um país que não precisava nem do apartheid, nem do comunismo e muito menos do servilismo ideológico das causas perdidas de uma URSS que se implantou em Angola.


Com a "estória" do Cuito Cuanavale, os cubanos foram para sua terra. Os sul africanos permitiram a independência do sudoeste africano Namíbia e moveram-se para a sua terra, onde, reconciliados, mandam uma mensagem de esperança aos angolanos que adoram tornar o outro "marionete", para a suposta solução nacional, congeminada dos tempos do exílio ao Doutor Savimbi.


E depois, a insistência pelo Cuito Cuanavale, é pela dor de terem sido batidos e levados à mesa de negociações por um herói nacional, que desafiou a hegemonia soviética e os seus satélites, rejeitou o exílio e voltou à capital do país, destruindo o projecto de permanente ditadura de partido único em Angola.


A causa do Cuito Cuanavale era dos angolanos, pois teve somente o seu "quid pro quo" em 1989, com o último assalto e o Luena em 1991, que trouxe o fim das hostilidades.


Os anos de resistência e revolução, na mata, não foram só tristezas... Os homens e mulheres engajados nessa odisseia, transformaram da dor uma identidade e uma ideologia, que desafia noções limitantes de poder e oposição.


Isso tudo partiu da força animica e pensamento estratégico, de homens que veneram a sua história e viveram os factos dessa mesma história, criando-os, e exigindo do seu esforço, a renascida da história, o orgulho pátrio, a nacionalidade e a identidade.

 Não são as ideologias que irão definir Angola:

 é simplesmente o amor inelutável, à pátria, como um bom começo.


          𝐉𝐮𝐧𝐭𝐨𝐬 𝐒𝐨𝐦𝐨𝐬 𝐌𝐚𝐢𝐬 𝐒𝐞𝐠𝐮𝐫𝐚𝐧𝐜̧𝐚 𝐒𝐨𝐜𝐢𝐚𝐥




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