Maybach, a nova coqueluche da Presidência



Fontes dignas de crédito asseguraram ao Correio Angolense que os Serviços de Apoio do Presidente da República decidiram, a seu pedido, incorporar na frota de carros em que o Chefe de Estado se faz transportar, algumas unidades do topo de gama da Maybach, o luxuoso Novo Mercedes-Maybach Classe S, produzido por encomenda pela construtora alemã Mercedes Bens.

Tal como o Ferrari, Lamborghini, Bugatti Centodieci, Rolls-Royce Sweptail  ou Pagani Zonda HP Barchetta,  o Maybach Maybach não é produzido em série por causa do seu elevado custo. 

A Maybach é uma fabricante de automóveis de alto luxo pertencente ao grupo industrial Daimler AG. Embora faça parte do mesmo grupo, o Car Group, o grau de conforto e luxo de seus carros é superior ao dos fabricados pela sua irmã Mercedes-Benz.


Sem “maquilhagem”, isto é, sem extras, no mercado europeu, o preço médio de um Maybach é de 500 mil dólares.

Com os apetrechos indispensáveis a carros que transportam chefes de Estado ou bilionários famosos, o preço do carro pode transcender os três milhões de euros.

Os mais afortunados, entre os quais figura o chefe de Estado angolano, exigem do fabricante blindagem total contra balas, equipamentos de telecomunicações, um amplo refrigerador de bebidas, um banco reclinável para permitir que o “senhor” cochile tranquilamente e outros “salamaleques”.

Em 2017, o Governo angolano comprou 30 unidades de Mercedes, 25 das quais de  luxo, para a tomada de posse do Presidente João Lourenço.



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Além dos 25 sedans de luxo, a compra feita na cidade alemã de Leipzig, incluíutrês carros de polícia e dois veículos de blindagem pesada.

Os contribuintes angolanos nunca foram informados sobre os custos dessas aquisições presidenciais.

Há pouco mais de quatro anos, completamente desvairada, a milícia digital privada do Centro de Imprensa do Presidente da República reagiu com ofensas de toda a sorte a uma matéria publicada por este portal dando conta que carros usados por José Eduardo dos Santos estavam abandonados e sujeitos à canibalização no parque auto da Presidência, perto do aeroporto internacional de Luanda.

Embora tivessem sido adquiridas e servido o seu antecessor, Correio  Angolense considerava absurdo que a frota de Mercedes herdada do Presidente José Eduardo dos Santos engrossasse, também, o ror de males que o novo Executivo se propunha extirpar. 

Nessa altura, circulavam nas redes sociais imagens de vários carros, todos eles Mercedes Benz, que supostamente teriam servido o antigo Presidente da República, e que estavam totalmente votadas ao abandono. O Correio Angolensesugeria que, se o novo PR não achava “prudente” usar carros que estiveram ao serviço do seu antecessor, que os mandasse vender ou as distribuísse por instituições públicas. 


“Na própria Presidência da República não faltarão indivíduos a quem tais carros dariam um enorme jeito”.

Num texto, assinado pelo director do portal, Correio Angolense lembrava que, no discurso feito por ocasião da sua investidura como terceiro Presidente de Angola, João Lourenço prometeu um corte com o passado de abomináveis práticas como a corrupção, a bajulação, o nepotismo, a impunidade. João Lourenço prometeu, também, que “instituições” como “ordens superiores”, ‘Você sabe com quem estás a falar?” e outras que prosperaram no tempo de José Eduardo dos Santos seriam inevitavelmente varridas.

Podendo simplesmente desmentir a notícia com provas reais, o Centro de Imprensa do Presidente da República optou pela solução mais baixa possível: recrutou todos as milícias digitais ao dispor para cobrirem o autor do material, sua família, que incluiu a sua esposa, e até os seus antepassados, cobrindo-os de ofensas que publicamente não devem ser retomadas por pudor. Mas, foram ofensas bastante pesadas mesmo.

Em momento algum, porém, os “tontons macoutes” se referiram ao paradeiro dos carros que serviram o anterior Presidente da República.


Na referida peça, Correio Angolense dizia que mesmo admitindo o “improvável pressuposto de que a frota usada por José Eduardo dos Santos cheiraria à catinga, o que era de todo duvidoso porque JES não era propriamente um “ngulo” ou fora contaminada por algum pô de origem russa, seria razoável desinfecta-la e dar-lhe destino mais nobre do que a sucata precoce. 

A incorporação de unidades de Maybach na frota auto do Presidente da República é coerente com o estilo de opulência que ele adoptou desde que, a 26 de Setembro de 2017, as portas do palácio presidencial se lhe abriram.

Desde que é Presidente da República, João Lourenço adoptou como meio de transporte favorito para as suas exageradas e inúteis deslocações ao estrangeiro o modelo topo de gama da Boeing, um B 878 Dreamliner, que o Governo aluga à uma empresa chinesa ao preço de 80 mil dólares por hora.

Em Bruxelas, sede da União Europeia, onde se deslocou em 2018 para pedir apoio para reconstruir infraestruturas do país, os europeus olharam para a aeronave em que o pedinte se fazia transportar e muito educadamente mandaram-lhe pentear macacos.

Para o Presidente João Lourenço, todos os palcos servem para exibir opulência. 


Na sua primeira deslocação oficial à cidade de Ndalatando, uma das localidades mais miseráveis do país, em reunião com dignitários locais ele exibia um par de calçado  Berluti, um sapato italiano cujo preço nunca é inferior a 8.200 dólares.

Em Abril deste ano, para ir ao estádio da Cidadela assistir a um jogo opondo o 1º de Agosto ao Petro de Luanda, o Presidente João Lourenço “fez-se sentir”, tirando da sapateira um par de sneakers, os nossos ténis, também da mesma marca italiana, e que custa 1.540 euros.

No que “tange” a relógios, o Presidente João Lourenço também não é homem de se deixar bater por qualquer um. Em várias ocasiões no estrangeiro, mesmo nos países onde foi de “balaio na mão”, ele exibiu um Patek Philippe Grand, um “brinquedo” que, com algum regateio pelo meio, não sai por menos de 233 mil dólares.

Apesar do esforço, nenhum, João Lourenço ainda ficou  distante dos 500 mil dólares com que Danilo Eduardo dos Santos arrebatou, em leilão, um relógio.

Além do luxuoso B 878 Dreamliner, marca distintiva das suas deslocações ao exterior, em 2021, o Presidente João Lourenço “inovou”: apresentou-se em Glasgow, onde decorria uma conferência promovida pelas Nações Unidas sobre as alterações climáticas, com um muito bem engraxado par de sapato e uma carteira de ombro feitas com pele de crocodilo…


Tendo se apercebido do escândalo que tomou conta do rosto dos outros participantes, o Presidente João Lourenço endossou imediatamente a bolsa ao “bagageiro” Teté António, que era suposto estar ali como ministro das Relações Exteriores, mas não foi a tempo de se desembaraçar dos sapatos.

Durante toda a conferência, os participantes, sobretudo as mulheres, olhavam para a cara do Presidente angolano e baixavam os olhos para os seus sapatos e, obviamente, não deixaram de extrair as devidas ilações…

Donde, fica claro que embora justifique sempre as viagens ao estrangeiro com a necessidade de atrair investimento estrangeiro, já não se pode duvidar que ele toma boa parte desse tempo fora de portas visitando boutiques, sapatarias e relojoarias de raridades.


Correio Angolense 




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