Graça Campos revela que também está sendo vigiado pelo regime de Luanda



Sindicato insta a Procuradoria a tomar medidas sobre intimidação a jornalistas.

Neste sábado, 21 de Outubro, no programa 'Conversas Essenciais', o jornalista Graça Campos compartilhou suas experiências de se sentir vigiado em pelo menos uma ocasião em eventos públicos em Portugal. Ele também mencionou a existência de um processo em andamento no SIC (Serviço de Investigação Criminal) em Luanda, embora desconheça os detalhes desse processo, incluindo a identidade do queixoso e suas motivações.


O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) instou a Procuradoria-Geral da República (PGR) a tomar medidas. Teixeira Cândido, secretário geral do SJA, manifestou seu total apoio aos jornalistas que foram alvo de intimidação, bem como a todos aqueles que possam estar vivenciando um clima de medo. Texeira Candido enfatizou que o jornalismo não é uma profissão ilegal, mas sim uma atividade profissional regulamentada pela Constituição e pelas leis de imprensa, com todos os profissionais devidamente habilitados para exercerem a profissão em Angola.


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Teixeira Cândido também destacou a importância de proteger os jornalistas da mesma forma que figuras públicas são protegidas pela PGR. Ele enfatizou que a PGR tem razões suficientes para investigar as alegações de planos de sequestro e intimidação contra jornalistas, considerando a gravidade dessas informações. O secretário geral do SJA pediu que a PGR não ignore essas questões e use todos os meios disponíveis para garantir a segurança dos cidadãos.

O SJA recordou que esses casos de intimidação não são novos, referindo-se a invasões anteriores na sede do sindicato e nas residências de jornalistas no ano passado. Até o momento, não houve investigações concluídas sobre esses incidentes.


O SJA destacou a necessidade de proteger os jornalistas e garantir que possam exercer sua profissão legalmente, dentro de um Estado de Direito, e concluiu fazendo um apelo à PGR e ao Serviço de Investigação Criminal para que utilizem os recursos estatais para garantir a segurança dos cidadãos e esclarecer esses incidentes.


De lembrar que no último sábado, o Club-K divulgou informações que revelam uma tentativa de rapto do jornalista Evaristo Mulaza, Diretor-Geral do semanário Valor Económico, durante a sua estada em Portugal este ano. O Sindicato dos Jornalistas Angolanos pede uma investigação às denúncias.



O Club-K relata que o regime angolano estaria envolvido na tentativa de rapto, através de um "sindicato" sediado em Lisboa, que teria monitorado os movimentos do Diretor do Valor Económico, com a intenção de sequestrá-lo nas proximidades da estação de metrô de Sete Rios, em Lisboa.


Evaristo Mulaza, além de ser o diretor do jornal Valor Económico, também é Diretor-Geral da Gem Angola Global Media, empresa que supervisiona o jornal e a Rádio Essencial, que opera na frequência 96.1 FM, em Luanda.

Com vasta experiência na direção de órgãos de comunicação social, Evaristo Mulaza tem sido um comentador residente na Rádio Essencial, analisando os principais eventos da semana no programa "Dias Andados" e participando como comentarista no programa "Conversas Essenciais".


O Club-K também menciona outros casos de intimidação a profissionais da comunicação, como o do jornalista Victor Hugo Mendes, que atualmente reside em Portugal e apresenta um programa de análise e debate na RTP África. Mendes relatou ameaças através de telefonemas anônimos e mensagens e informou as autoridades portuguesas.


O portal também destaca o caso do ativista Hitler Samussuku, que foi sequestrado em 2019 após criticar o Presidente João Lourenço em um vídeo, bem como as agressões sofridas pelo ativista Jota Privado por guarda-costas da Presidência da República em um restaurante em Brasília.

Correio Angolense 

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