N’Gunu Olívio Noronha Tiny é o parceiro do grupo Hoti no Meliá Angola

 


O grupo português Hoti Hotéis anunciou em março a construção de uma unidade de cinco estrelas em Luanda, com a insígnia Meliá, mas manteve em segredo a identidade dos outros parceiros envolvidos neste projeto. 

O grupo, sabe o Negócios, conta com dois investidores de peso no Meliá Angola, o International Business Goup (IBG) que será igualmente o empreiteiro, e o Emerald Group, detido pelo empresário N’Gunu Tiny, nascido em São Tomé mas possuidor da nacionalidade angolana.

O grupo Hoti Hotéis, de acordo com informação obtida pelo Negócios, terá a seu cargo a gestão do Meliá Angola e será acionista minoritário do mesmo, sendo que a maioria do capital ficará na posse do IBG e do Emerald Group. 

O hotel, com 250 quatros, vai ser construído no Complexo Waterfalls, junto à zona da Fortaleza de São Miguel de Luanda, e prevê-se que esteja construído entre 2027 e 2028. 


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O IBG, com sede em Braga, tem atividades nas área da construção, revestimentos, indústria e serviços e promoção imobiliária, pelo que a edificação do Meliá deverá ficar a cargo de uma das suas participadas, a Grow. 

No seu site, o IBG afirma ter atividade empresarial e Portugal, Angola, Reino Unido, Argélia, Cabo Verde, Gana, Guiné Equatorial, Moçambique, Brasil e Colômbia e apresenta um portefólio de 20 marcas dispersas pelos quatro setores referidos. 

Já o Emerald Group, com sede no Dubai, está dividido em três áreas de negócios, Emerald Capital, Emerald Energy e Emerald Media. Esta última agrega a Media9, criada em 2022, que detém o Jornal Económico, o semanário Novo, a Forbes Portugal e Forbes África Lusófona, além de uma participação minoritária no Polígrafo. E a sua aposta na comunicação social deverá ser reforçada em breve, embora noutras geografias.


Quem é N’Gunu Tiny, que quer “conquistar o estatuto de player de referência no segmento da comunicação social no mercado lusófono”, como afirmou em comunicado? É  filho de Carlos Tiny, antigo ministro são-tomense das Relações Exteriores e ex-candidato presidencial. Aos 23 anos, foi um dos melhores alunos na Faculdade de Direito da Universidade Nova de Lisboa, lembra o seu professor Miguel Poiares Maduro, tendo uma média de 19 valores. Contudo, foi em Luanda que ganhou a sua reputação de advogado, tendo obtido cidadania angolana em 2010.

O Lil Pasta News sabe que N’Gunu Olívio Noronha Tiny trabalhou  primeiro na CFA, escritório de advogados de Carlos Feijó, que conhecera na Nova, onde prestou serviços de consultoria à Sonangol, liderada por Manuel Vicente – antigo vice-presidente angolano que foi notícia por alegadamente ter subornado em €760 mil o procurador Orlando Figueira para arquivar processos em que estava implicado. Tiny chegou a deslocar-se a Portugal para depor enquanto testemunha no processo (Operação Fizz), mas apenas confirmou os serviços à Sonangol e várias reuniões com Manuel Vicente, escudando-se no sigilo profissional. “Fui consultor jurídico da Sonangol entre 2005 e 2015, fazia trabalhos pontuais, nunca tive contrato e não representei a Sonangol nas negociações com a Coba, Primagest ou Berkeley”, disse.


Quando Feijó ascendeu a ministro de Estado e chefe da Casa Civil de José Eduardo dos Santos, Tiny foi nomeado em 2011 como membro da Comissão de Estruturação e Gestão da Comissão do Mercado de Capitais do país. Em 2016, ascende a presidente do conselho de administração do Banco Postal de Angola – nos meios de comunicação mais críticos de Eduardo dos Santos, como é o caso do Club K, foi classificado como “testa de ferro” do regime angolano. Quem o conhece afirma à SÁBADO que “dá-se bem tanto com o clã dos Santos como com a atual governação de João Lourenço”. “É isso que faz qualquer um que queira fazer negócios em Angola”, afirmou.

Mais do que advogado, Tiny é um homem de negócios. Ao lado de José Maria Ricciardi (ex-BES), Jorge Tomé e Luís Paulo Tenente (ex-Banif) e António Simões (ex-Sovena), foi um dos cinco sócios da Optimal Investments, empresa de assessoria financeira, tendo sido responsável pela operação Toys ‘R’ US Ibéria, vendida a 100% por um valor de equity na ordem dos €120 milhões ao grupo português Green Swan, de Rui Trigo e Paulo Andrez.

Mas tem também apostado no conglomerado que fundou, o Emerald Group, sediado no Dubai, e com três áreas de negócio: investimento; consultoria; e investimento no setor do petróleo, gás e mineração. Foi no seio deste grupo que começou a aventura em meios de comunicação social portugueses: em 2018, com o projeto de fact-checking Polígrafo. Detido pela empresa Inevitável e Fundamental, a Emerald detém 40% do capital, enquanto os restantes 60% são assegurados pela empresa de Fernando Esteves, diretor do Polígrafo. Em março de 2021, Tiny comprou a Forbes Portugal e lançou a Forbes África Lusófona. 


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