GENERAL “PEITO ALTO” JÁ SE VÊ COMO MINISTRO DA DEFESA

 


De olhos no palácio da Cidade Alta, o General Higino Carneiro já toma como “certo” um “estágio” no Ministério da Defesa, um percurso que repetiria o do actual Presidente da República.

São associados ao próprio general Higino Carneiro informações segundo as quais está iminente a sua nomeação para dirigir o Ministério da Defesa Nacional e Veteranos da Pátria. 

Ao Correio Angolense, fontes diversas garantiram que o general HC, Peito Alto, Buldozer ou 4x4, como Higino Carneiro também é conhecido, tem assegurado que será o sucessor de João Ernesto dos Santos “Liberdade”, cuja continuidade no Executivo é ameaçada por crescentes e frequentes problemas de saúde.

Aos 70 anos de idade, a saúde do MINDENVP, o único angolano que se mantém em funções governativas desde que foi nomeado, em 1978, por Agostinho Neto, primeiro Presidente de Angola, já conheceu melhores dias. Nos tempos mais recentes, tem frequentado, com muita regularidade, estabelecimentos hospitalares no estrangeiro. 



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Higino Carneiro não tem explicado se a sua “iminente” nomeação para dirigir o Ministério da Defesa decorre de alguma garantia que lhe teria sido dada pelo Presidente da República ou se ela seria a contrapartida para desistir da corrida à liderança do MPLA e do País, uma vez que são atribuídos ao Presidente João Lourenço outras ideias quanto ao seu sucessor. 

Em 2023, Higino Carneiro anunciou a sua pretensão de concorrer à liderança do MPLA e, concomitantemente, à do País.

No seu livro de memórias Soldado da Pátria, o general revelou que o desígnio de chegar ao topo da hierarquia de Angola decorre de uma profecia do seu pai, que em 1955 teria dito a amigos que o novo membro da família, Higino, então com apenas alguns meses de vida, seria general e presidente de Angola. 

Higino Carneiro só tornou pública a profecia do pai decorridos 68 anos.

Segundo o aspirante à mais alta magistratura do País, o pai, Luís Lopes Carneiro, vaticinou-lhe o “destino” inspirado pela visita do então Presidente de Portugal, general Francisco Higino Lopes, à província ultramarina de Angola, em 1954.

Fã incondicional do visitante, Luís Lopes Carneiro não apenas lhe imitou o nome, como garantiu que o filho também seria general e presidente da República.  

Afirmando-se como militante disciplinado do MPLA, Higino Carneiro anunciou que formalizará a candidatura à liderança do Partido no momento e fórum próprios estabelecidos estatutariamente.

Não se sabe onde Higino Carneiro tira a convicção de que tem atrás de si um numeroso séquito que lhe apoiaria as aspirações a Presidente do MPLA. 

A generalidade dos cidadãos mais lúcidos do país não descola a imagem de Higino Carneiro dos marimbondos, um grupo de angolanos que, com a cobertura do MPLA, se entregou (e continua a fazê-lo) ao saque e pilhagem do país.

Acusado da prática de crimes como peculato, peculato, trafico de influências, associação criminosa, branqueamento de capitais, todos eles pretensamente praticados nas vestes de ministro das Obras Públicas, primeiro, e de governador de Luanda e Cuando Cubango, depois, em 2022 Higino Carneiro viu o Tribunal Supremo a limpar-lhe a fixa quando tudo já estava encaminhado para ser levado a julgamento.

Depois de o Procurador-Geral da República assegurar, dias antes, que o processo de Higino Carneiro já estava no Tribunal Supremo, no da 7 de Maio de 2022 e num surpreendente golpe de rins, a Corte liderada por Joel Leonardo emitiu um despacho de despronúncia e arquivamento do processo movido contra o general Peito Alto. 

Nos meios castrenses, Higino Carneiro não é um general muito prestigiado. Não lhe são conhecidos grandes feitos militares.

Apesar da ausência de “folha de serviço” militar convincente, Higino Carneiro só reverencia dois generais, ambos já reformados. São eles João Luís Neto “Xietu”, primeiro chefe do Estado-Maior Geral das extintas FAPLA, e António França Ndalu, o “general dos generais”, como é conhecido.

 Aparentemente, Higino Carneiro supõe que o cargo de ministro da Defesa é uma antecâmara à mais alta magistratura do País.

Quando foi indigitado candidato do MPLA às eleições presidenciais, em 2016, João Lourenço era ministro da Defesa. 

Pessoas que privam com ele disseram ao Correio Angolense que a extemporânea manifestação de vontade de Higino Carneiro de concorrer a Presidente do MPLA e da República não seria alheia à sua vertiginosa queda no ranking dos marimbondos que continuam a “respirar” e “arrotar” fortunas pornográficas.

“Quer voltar a abrir portas que se fecharam depois que foi indiciado em vários crimes de natureza económica”, disseram.

A Direcção Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República confiscou um milionário empreendimento turístico que Higino Carneiro ergueu no Cuando Cubango. A sua rede de hotéis Ritz está tecnicamente falida. O general perdeu, também, relevância no Banco Keve e na Global Seguros, dois “cartões de visita” com que se exibia.

No plano desportivo, o Libolo luta desesperadamente para manter-se na primeira divisão do futebol angolano.

Nos seus melhores momentos, o Libolo elevou a popularidade de Higino Carneiro a níveis bastante altos.

Apesar da sua extemporaneidade, há algo de positivo no anúncio de Higino Carneiro. É uma evidência, mais uma, de que a sucessão na liderança do MPLA não será decidida exclusivamente pelo actual incumbente.

Militantes como Higino Carneiro também reclamam o seu direito à palavra.

Graça Campos/ Correio Angolense 

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