“Para incentivar a produção nacional temos de travar a importação“



A alteração da pauta aduaneira é em si uma forma de apoio a indústria angolana, em especial ao sector têxtil, considerou em exclusivo à FORBES ÁFRICA LUSÓFONA, o ministro da Indústria e do Comércio de Angola, Rui Miguêns. 

Falando à margem de um encontro de trabalho com stakeholders do sector sobre “as oportunidades de negócios na indústria de confecções em Angola”, o governante advogou que a realidade angolana precisa de uma espécie de interacção múltipla. “Para incentivar a produção nacional temos de travar a importação, mas para produzir, temos de importar. Jogo que exige muito da parte do Estado e que só avança se encontramos o melhor entendimento da parte da população”, argumentou. 

Questionado sobre a possibilidade de Angola vir a se tornar uma referência no têxtil no bloco dos PALOP, Rui Miguêns disse que a capacidade industrial está instalada, sendo que “agora é preciso trabalhar no sentido de dar robustez ao que existe”, de modos a que a indústria têxtil no país possa vir a se tornar vendedora para outros países. “Já há certamente quem exporte alguma coisa, mas para sermos sólidos nisso temos de ter 15 mil hectares de algodão e vendas que rondem os 9 mil metros de tecido ao ano”, detalhou. 


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Sobre o hipotético recuo na questão da importação do arroz, Rui Miguêns disse à FORBES que “não houve qualquer recuo por parte do Estado” no que a questão da importação do arroz diz respeito.  “O que há é o tal jogo de cintura no sentido de garantir que não haja escassez no mercado”, justificou, tendo garantido que o Governo vai dar suporte a quem produz no país.

O Ministro da Indústria e Comércio disse, no entanto, estar ciente de que não há produção de arroz suficiente para o mercado todo, mas apontou para a necessidade de apoiar quem já produz cá [em Angola] e sinalizar para os demais, que este é o caminho. “O discurso de que não podemos travar importação, enquanto não haver produção suficiente, é do lobby da importação”, considerou, no encontro que reflectiu sobre os desafios e perspectivas do mercado de confecções do país. 

O governante, que se mostrou firme na protecção da produção nacional, apesar de reconhecer as insuficiências e a possibilidade de aumento nos preços, reconheceu, no discurso de abertura do evento, que o aumento das taxas de importação do têxtil, têm de ser acompanhadas com produção, “do contrário, nada adianta”.

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