Em um cenário político turbulento, as exonerações promovidas pelo Presidente ditador João Manuel Gonçalves Lourenço têm causado grande alvoroço. Entre as demissões recentes, uma em particular se destaca pela forma abrupta e desrespeitosa como foi conduzida: a da ex-Ministra de Estado para a Área Social, Dalva Maurícia Calombo Ringote Allen.
Dalva, que ocupava o cargo desde setembro de 2022, estava fora do país quando recebeu a notícia de sua exoneração. Na semana anterior, ela foi vista em um evento oficial, participando da recepção ao Presidente da República Democrática de Timor-Leste, José Ramos Horta, em Luanda. Mal sabia ela que, dias depois, embarcando para os Estados Unidos para férias com as filhas, estaria prestes a enfrentar um momento de humilhação pública.
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A demissão de Dalva Ringote Allen é emblemática não apenas pelo contexto em que ocorreu, mas também pelo que representa na actual conjuntura política angolana. Sob a liderança do ditador João Lourenço, o país tem sido palco de constantes tensões e disputas internas. As exonerações recentes, como relatado pelo Club-K, têm sido executadas sem qualquer comunicação prévia aos envolvidos, o que reflete um estilo de governança marcado pela arbitrariedade e falta de consideração com seus colaboradores.
Para muitos observadores, essa atitude revela o desespero de um presidente que luta para manter sua autoridade em meio a um governo cada vez mais desacreditado. A crise entre o Tribunal Supremo e o Constitucional, assim como os esforços para desestabilizar a UNITA, são indicativos de um líder sem direcção, tentando controlar uma situação que escapa de suas mãos. Dentro do próprio MPLA, partido governante desde 1975, o descontentamento é palpável, exacerbado pela forma desrespeitosa como dirigentes têm sido exonerados.
A exoneração de Dalva Ringote Allen, uma figura que chegou ao ministério por sua lealdade e não por mérito, é um exemplo claro de como a bajulação pode levar a altos cargos, mas também de como a falta de competência e o desrespeito podem precipitar quedas abruptas e humilhantes. Em algumas províncias, o povo celebrou a saída de governadores incompetentes, apenas para vê-los substituídos por outros de igual calibre.
Em meio a este caos, a urgência pela institucionalização das autarquias locais torna-se cada vez mais evidente. No entanto, João Lourenço reluta em dividir o poder, preferindo manter um controle centralizado que, ao que tudo indica, está longe de ser eficaz. O país, diante dessa liderança, continuará a caminhar de mal a pior, com uma população cada vez mais cética e descontente com o rumo tomado.
A história de Dalva Maurícia Calombo Ringote Allen serve como um alerta para o Bali Chionga que acredita que a bajulação pode garantir estabilidade e poder. No cenário político angolano, o jogo é implacável, e a lealdade cega pode ser um caminho direto para a humilhação e o esquecimento.
Por Hitler Samussuku
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