CARTA ABERTA PARA DR.ª CRISTINA LOURENÇO- Rui Kandove



Estimada, desejo-lhe muito boa sorte e saúde. Como a maior parte dos angolanos que se interessam pela Coisa Pública, fui  à procura de informações sobre a nova PCE da BODIVA. Dos vários dados que obtive, fiquei a saber que nasceu nos anos 90, estando portanto, feitas as contas, na casa dos 30 e poucos anos de idade, números mais do que suficiente para admitir maturidade natural, profissional e  contextual . 

Ora, se, de facto, é alguém com o mínimo de sentido político (quase obrigatório, nasceu num lar de políticos), deve compreender que a sua indicação e posteriori nomeação como PCE da BODIVA empurra ainda mais o já de per si questionável prestígio do seu pai, enquanto Titular do Poder  Executivo, mas também, e sobretudo, enquanto Chefe de Estado. 



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O maior activo político do Presidente JLo é(ra) o compromisso que vinha demonstrando ao longo do seu percurso como político profissional, desde o cargo de Comissário Provincial do Moxico em 1983 até chegar a Ministro da Defesa em 2014.

Os factos descrevem-no como um homem coerente e fiel aos seus princípios. Nunca disposto a transgredir ou abdicar dos seus valores. Em parte, a grande popularidade alcançada está associada a este perfil sério, comprometido com o bem-comum.

Ora, depois de ter afastado os filhos do antigo Presidente de cargos públicos, alegadamente por incompetência, e no caso havia sim farras, não era expectável a nomeação da sua filha para Presidente da Comissão Executiva da BODIVA, mais ainda, nas circunstâncias em que ocorreu essa nomeação/indicação. A Ministra, titular que a nomeou, é um activo tóxico para a Administração Lourenço. Vera Dave’s foi incapaz de impedir o roubo de 7 mil milhões dos cofres públicos. Não se trata de um erro banal. É uma falha clamorosa. Julgar que o país político vai esquecer-se desse grave incidente depois de uma nomeação da filha do Chefe, é imoral. É que o saque coloca em causa a credibilidade de todo um sistema financeiro, pior ainda, a governação do MPLA. 

Olhando para a relevância política dos pais de Cristina Lourenço, percebe-se que os progenitores estão pré-destinados a continuar a agir na alta política, pelo menos por mais dez anos, seja ao nível do governo, partido político ou instituições internacionais . Portanto, não é recomendável expor o legado dos pais por conta de status que, em boa verdade, não precisa. 

Os pais sempre protegem os filhos. Certos ou errados, os pais sempre cumprem o seu papel de conduzir os filhas ao Porto Seguro. Ocorre que o tempo passa e muitas experiências vão surgindo. Os filhos crescem e agora cabe a eles protegerem os pais.  Estava eu a embarcar de volta para Luanda, a partir de Guarulhos quando descobri entre os passageiro o ex-governador de Benguela Dumild Rangel, acompanhado do seu filho, que cuidadosamente segurava a mão do pai e indicava o caminho. Tenho essa imagem gravada há anos (só cerca de dez anos depois tive o privilégio de conhecer o Ngueva Rangel). Aí está  mais um exemplo da inversão de papéis na relação pai vs filhos.

Portanto, cara Doutora, é tempo de proteger e ajudar os seus pais. Que  cada um deles (pai/mãe) sejam recordados pelas melhores razões. Que nenhum episódio retire o brilho que cada um conquistou ao serviço da Nação, lutando activamente para a conquista da independência e da paz. 

Manter Vera Daves é, também, arrastar todo o projecto político da família Lourenço pelo ralo abaixo.


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