Quando operativo, estive pessoalmente duas vezes com Agostinho Neto. Da segunda vez foi no Palácio, e este cheirava-me a aguardente/bagaço.
Tendo sido pela primeira vez na inauguração do primeiro curso da Contra Inteligência Militar realizado em Angola, por aí em junho/julho de 1976, no Morro da Luz, ministrado por instrutores da secreta cubana enviados para o efeito e para nos assessorar depois da formação do mesmo.
No mesmo ano, Angola realizou um congresso muito importante que juntou muitos países e uma grande quantidade de delegações estrangeiras. Tinha sido o congresso da OSPA. Decorreu no Museu Nacional e quase todos os operativos estavam escalados para missões diferentes ao longo dos três dias, se a consciência não me trai que tinha durado este grande evento.
Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762
Recordo-me como se fosse hoje que, neste dia, quase prendi um amigo meu considerado suspeito que estava numa zona interditada para quem não fosse da secreta militar. Tinha faltado boa comunicação e coordenação antes das operações entre a Contra Inteligência Militar e os operativos da DISA. Pois, não nos tinha sido comunicado que a DISA também fazia parte do contingente colocado naquela zona. Só depois que identifiquei o meu amigo, que nem nunca tinha imaginado que fosse um operativo da DISA, que dei conta que o mesmo era e que também estava destacado. Este meu grande amigo ainda vive aí mesmo, todo cansado, meio amarelado. Quando nos recordamos deste acontecimento, só nos fartamos de rir.
Foi exatamente neste dia a minha segunda vez com Agostinho Neto pessoalmente, quando acompanhei uma delegação argelina, da qual eu garantia segurança e proteção, missão me incumbida. Em companhia de uma já um pouco mais velha que eu, na altura, que fazia protocolo, uma Luísa Inglesa, fomos ao Palácio da República a uma recepção que Neto tinha reservado a essa delegação.
Neste dia, sim, Agostinho Neto cheirava-me a puro aguardente/bagaço. Ainda assim, não creio ser fácil estabelecer o seu perfil como o de um alcoólatra ou não. Pois não existe somente um padrão para quem consome compulsivamente álcool; podia gostar da sua boa pinga em alguns momentos e não sempre.
Da mesma forma que Agostinho Neto gostava da sua boa pinga, nem sei se para se descontrair ou se por depressão. Outros há que deixam-me a clara sensação de já não se imaginarem poderem ler um discurso descontraidamente, sem antes cheirarem na coca ou umas baforadas na liamba.
Fernando Vumby
Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação
0 Comentários