MERCENÁRIO TAMBÉM TEM HONRA? - GRAÇA CAMPOS



 Pelo menos até 18 de Fevereiro de 2021, Alcídio Gomes, ou Kuma, pseudónimo pelo qual se diz mais conhecido enquanto “jornalista” e “escritor”, era um engajado militante da UNITA, organização à qual aderiu em 1972.


Alcídio Kuma permaneceu na UNITA mesmo depois desta contestar, de armas na mão, os resultados eleitorais de 1992, dando início à mais sangrenta guerra já havida em Angola.

Gomes Kuma continuou na UNITA, apesar do desnorte generalizado provocado pela morte, em combate, do líder, Jonas Savimbi., em 2002.

Aparentemente ainda fiel ao Partido, no dia 18 de Fevereiro de 2021, o Alcídio teria, através de e-mail, instado o Instituto de Registos e Notariado de Portugal sobre se Adalberto Costa Júnior ACJ), então candidato à presidência da UNITA, mantinha ou não dupla nacionalidade – angolana e portuguesa. 



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No mesmo dia, a entidade demandada deu-lhe conta que ACJ já tinha perdido a cidadania lusa em Outubro de 2019. 

A prova documental da perda da nacionalidade portuguesa habilitou Adalberto Costa Júnior a uma segunda disputa, também ela vitoriosa, da liderança da UNITA, em 2021.

Como se se sabe, em 2019 e a pedido de um grupo de militantes, o Tribunal Constitucional anulou o congresso da UNITA de 2019, que elegeu ACJ para seu presidente. 

Acostumado a contrapartidas a tudo o que fazia em prol da UNITA, o Alcídio tomou a diligência junto do Instituto português de Registos e Notariado como um crédito de que esperava ser (generosamente) ressarcido.

Como isso não aconteceu, em Maio de 2021, Alcídio bateu estrondosamente com a porta de saída da UNITA.

Soltando fogo pelas ventas, o Alcídio anunciou naquele dia um “reparo que coloca em causa a integridade moral, intelectual, pela ausência de ética de vários elementos da UNITA, sobretudo Mihaela Webba e Paulo Lukamba Gato. Fui eu, Kuma Gomes, na qualidade de jornalista que recebi em 18/02/2021 do Instituto de Registos e Notariado, do Ministério da Justiça, a declaração que ontem mesmo enviei ao meu grande amigo Armando Pilartes de Paris, para que ficasse com uma ideia real da verdadeira situação de ACJ, requeri através do advogado e professor de Direito na Universidade do Porto, José Paulo Areia de Carvalho, ao qual muito agradeço publicamente pelo seu serviço gratuito”.

No lugar da esperada recompensa pelo serviço prestado, Alcídio ficou espantado quando leu “nas redes digitais de informação” que “Mihaela Webba, Lukamba Gato, e outros nubívagos fizeram proliferar a informação sonegando a autoria, uma vergonha para quem se augura com responsabilidades de Estado”.

Filiado na organização desde 1972, apenas em 2021, isto é, 49 anos depois, o Alcídio percebeu que a UNITA é uma organização “aprisionada por matumbos, gentios, racistas e tribalistas que apenas perpetuam o sonho de virem a ser os futuros marimbondos”.

Há pouco menos de uma semana, isto é, no dia 12 de Fevereiro, Alcídio disse sentir-se “assertivo” por ter “deixado para trás uma seita criminosa como a UNITA”. Uma seita criminosa que serviu zelosamente durante quase meio século... 

Por razões que a própria razão jamais conhecerá, ontem, sábado, 15 de Fevereiro, o Alcídio anunciou ter apresentado ao Ministério Público português uma queixa-crime contra mim por, de entre outras razões, “agredir a minha dignidade e a honorabilidade dos Governos de Angola e Portugal”.

Um indivíduo que, pelo menos até 2021, combateu, com todas as armas ao seu alcance, o Governo de Angola converteu-se, espantosamente, em seu maior advogado...

Onde é que o Alcídio encontrou tanta falta de vergonha e de pudor?

É claro e líquido que a “conversão” do Alcídio não foi nem súbita e nem movida por uma avassaladora paixão pelo MPLA e seu Governo.

Rios de dinheiro correm por debaixo dessa metamorfose.


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