O líder e porta-voz da Frente de Libertação do Enclave de Cabinda (FLEC), Jean-Claude Nzita, respondeu com dureza às recentes declarações do presidente angolano João Lourenço, que afirmou que a FLEC "não representa nenhum perigo Angola, em particular para Cabinda". A resposta de Nzita foi dada durante uma entrevista ao programa Causas e Efeitos da RTP, canal de televisão português, onde criticou fortemente a postura do chefe de Estado angolano.
Durante a entrevista, Jean-Claude Nzita acusou João Lourenço de ignorar a realidade do povo cabindense e de tentar desviar a atenção para conflitos externos:
“Ele busca resolver problemas no leste do Congo, enquanto em Cabinda há mortes. Os militares angolanos morerm como animais em nosso território. Quando ele ignora a existência do conflito aqui, significa que não considera seus próprios militares.”
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O líder da FLEC também questionou o papel de Lourenço como líder da União Africana, afirmando que ele deveria resolver os problemas internos de Angola antes de se envolver em questões internacionais:
“João Lourenço não é um campeão da paz, mas um campeão das guerras. Ele agora lidera a União Africana, mas deveria primeiro saber como resolver os problemas de Cabinda antes de intervir no Congo.”
A entrevista de Jean-Claude Nzita na RTP reacendeu o debate sobre a luta pela autodeterminação de Cabinda e expôs, mais uma vez, a tensão entre o governo de Luanda e os independentistas cabindenses. Enquanto Lourenço tenta se consolidar como um mediador de paz no continente africano, a questão de Cabinda continua sendo um tema delicado e longe de uma solução.
Com essa troca de declarações, fica claro que a luta da FLEC segue firme e que a tensão entre o movimento e o governo angolano está longe de acabar. A questão que se coloca agora é: João Lourenço continuará a ignorar as reivindicações cabindenses ou finalmente abrirá espaço para um verdadeiro diálogo?
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