Vi na lista de aniversariantes do dia que o falecido jornalista António Gonçalves Ferreira, mais conhecido por Aleluia, faria hoje 65 anos.
Homem de mil ofícios -- jornalista, académico, desportista e dirigente associativo -- Aleluia também passou por esse mundo, deixando a sua marca. Bonacheirão e amigo de todos. Inclusive de mim, que sou um pouco sisudo.
Mas Aleluia também foi, quanto a mim, um tanto “misterioso”. E já direi porquê!
Certo dia, em 2010, estava o nosso grupo numa tertúlia no local do costume, o Restaurante Unidade Africana, ali na zona do Miramar, mesmo por detrás do “show room” da concecionária automóvel União.
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Fique claro que não quero aqui fazer propaganda alguma de bebidas alcoólicas, pois ninguém me paga para tal. Mas não não tenho como omitir que naquele tempo eu era o que geralmente se considera um “bebedor social”.
E naquele dia estava, digamos, a varrer um tintol. A dada altura, senti a bexiga apertar e fui ao WC para me aliviar. De pé no urinol, vi a porta atrás de mim abrir-se de rompante. Virei-me e era o Aleluia a apontar-me, desabridamente, com um copo de vinho. O mesmo que eu deixara na mesa momentos antes.
“Porr…, Man Zefe!” – Exclamou, dirigindo-se para mim todo descomposto e alterado.
Sem perceber, apenas o olhei, desconcertado e à espera que ele se explicasse. E a explicação veio aos berros.
“Man Zefe” – era por esse diminutivo que o Aleluia me tratava habitualmente. -- Já te disse várias vezes que não deves deixar o teu copo de bebida na mesa. De entre todos nós neste grupo, tu és exactamente aquele que está proibido de fazer isso. Entenda de uma vez por todas que estás marcado. Ponha isto na cabeça!”
Após ter feito este misto de desabafo e alerta que lhe saiu aos gritos, Aleluia lançou para a sanita as sobras do copo. E saímos da casa de banho.
Mais uma vez, o recado estava dado. Desta vez pelo Aleluia, alguém que eu tinha na conta de amigo -- já agora amigo de meio mundo -- mas que também me parecia um tanto misterioso.
Ninguém sabia de onde tirava tanto dinheiro para esbanjar com os amigos a torto e a direito. Conheci na vida indivíduos que o faziam a torto e a direito, mas poucos eram como o Aleluia. Meio sério, meio doidivanas!
Certo dia de 2009, caia a noite na mesma Lanchonete Unidade Africana. Acabara de me despedir do grupo, pois no dia seguinte partiria numa curta viagem de férias para São Paulo, Brasil. Ia a retirar-me quando, tendo dado os primeiros passos, quando senti alguém atrás de mim. Era o Aleluia.
“Man Zefe, espera!”. Parei e mal o Aleluia alcançou-me, levou as mãos aos bolsos de trás das calças. Pegou na carteira e de lá tirou um belo maço de notas de dólares reluzentes. Contou vinte notas das grandes e entregou-me. “Toma, Man Zefe. Vais viajar. Veja lá se isto te pode ajudar nalguma coisa.” -- Exclamou, dando-me um abraço e lá foi novamente juntar-se ao grupo.
Assim era o Aleluia. Um generoso e misterioso “atalaia” para mim, que guardo particularmente na memória. Mas olhem que não foi o único a fazer-me avisos “funestos” como aquele em 2010. Também o fizeram o Coronel Buta e outros tantos.
(CONTINUA)
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