ESTÃO A AFUNDAR ANGOLA- Jorge Eurico



   Os banqueiros também choram. Não por falta de lucros, mas por falta de juízo de quem está no topo. Fernando Teles, rosto e voz do Banco de Investimento e Crédito (BIC), ergueu-se há dias diante dos seus trabalhadores para denunciar, sem códigos nem metáforas,  o seguinte: “Estão a afundar o País”, disse ele, alto e claro. Num tom que oscila entre a revolta e o apelo. Entre a frustração e o desabafo. Um desabafo cru, com gosto de pregação operária, ignorado pelos principais órgãos de comunicação social tutelados pelo Executivo. Uma voz inconveniente, porque rompe o silêncio cúmplice e maniqueísta do topo. 


   Mas aqui, nesta “Preces para Liberdade”, onde não se reza missa com censura nem se ajoelha perante o poder, empresto a minha coluna para amplificar o grito de um banqueiro (outrora privilegiado) que, ao contrário de muitos políticos, ainda parece saber o que está em jogo. Que o País ouça. E tire as ilações que puder, se ainda for capaz. A vossa (douta) atenção para as palavras do banqueiro Fernando Teles:


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“(…) Aquilo que a gente espera é que o país continue a dar a volta por cima, que os políticos tenham juízo e que nos ajudem a manter o país a funcionar. Porque o país precisa de quem invista, precisa de quem dê o seu máximo para que as coisas funcionem. (…) Aquilo que está a acontecer connosco não deveria estar a acontecer. Estamos a ser preteridos em muitas operações que são realizadas através do Ministério das Finanças e do Banco Nacional de Angola. Acho que é uma vergonha aquilo que está a acontecer! Repito: acho que é uma vergonha aquilo que está a acontecer! Um banco que é o maior do país em termos de agências e número de trabalhadores não pode estar a ter este tratamento. Não pode estar a ser tratado assim, a não ser que queiram afundar o país. Se quiserem afundar o país, estão no bom caminho: é destruir as boas empresas. Nós, que somos a maioria dos acionistas — com 57,5% do capital — não temos nada a ver com o facto de haver uma acionista do banco que tenha problemas com a Justiça. Não podemos estar a ser prejudicados por isso. Quem está a ser prejudicado não sou eu: são vocês todos. Vocês todos estão a ser prejudicados com esta treta, com esta política que está a ser seguida.

Não é possível preterir um banco em favor de bancos que não têm agências nas províncias, que não estão no país inteiro. É muito importante que as pessoas tenham consciência disso. Nós ainda não começámos a despedir trabalhadores. Já começámos a fechar agências. Mas, se continuarmos por este caminho, em que nos estão a atrofiar, o que vai acontecer é que alguns de vocês terão de ir para a rua. E isso não pode ser. Temos que lutar contra isto. (…) O cerco que nos estão a fazer pode afundar o banco! Temos que ter consciência disso. Meus amigos, que para o ano estejamos aqui e que seja um ano diferente. Que as pessoas tenham juízo. Que incentivem quem investe. Que incentivem quem trabalha. Este banco é de todos nós! Este banco é de todos nós! Muito obrigado a todos!”


   Quando o Governo trata o BIC como um simples aviário para ser expurgado, não está só a sufocar um dos maiores bancos privados do País. Está a estrangular toda a economia e o sistema financeiro nacional, numa mistura tóxica de desprezo, incompetência descarada e irresponsabilidade criminosa. Mas talvez não seja só incompetência. Talvez haja um plano frio e calculado: O de esvaziar, destruir e esmagar tudo o que se recusa a ajoelhar-se diante do poder de turno.Se for esse o plano, Fernando Teles tem toda (e mais alguma) a razão: Estão a afundar o País. Sem dúvidas! E fazem-no de propósito. Pergunta de algibeira: Tudo isso é fruto de pura incompetência ou de uma intenção deliberada e maligna? Pergunta sem resposta. Por enquanto!


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