Li com atenção o comunicado divulgado hoje pela UNITA, que aborda a repressão policial nas manifestações de 12 e 15 de Julho, a composição da CNE — embora os próprios representantes da UNITA tenham tomado posse —, as condecorações militares e outras questões institucionais relevantes.
Mas não encontrei, em lado algum, uma única linha — uma única palavra — sobre as denúncias gravíssimas que publiquei ontem a respeito da corrupção nas cadeias angolanas, onde milhares de cidadãos estão detidos sem julgamento, onde a alimentação é desviada, onde os reclusos adoecem e morrem sem tratamento, e onde cantinas privadas enriquecem à custa do sofrimento humano.
Não se trata de boatos. Foram factos descritos com dados concretos e testemunho directo.
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E, ainda assim, a UNITA, que se apresenta como alternativa de governação, escolheu o silêncio.
É esta a oposição que Angola precisa?
Pior ainda: até hoje, sob a liderança de Adalberto Costa Júnior, a UNITA nunca visitou oficialmente nenhuma cadeia em Angola. Nenhuma.
E, no entanto, diz pretender defender os mais desfavorecidos. Quais?
Durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato à Presidência da República, ACJ, prometeu construir “um país onde ninguém ficasse para trás”.
A frase foi repetida em comícios e entrevistas.
Mas como se pode defender “os que ficaram para trás” ignorando os milhares de cidadãos esquecidos atrás das grades — muitos sem sequer terem sido julgados?
Porquê o silêncio?
Porque o tema é sensível?
Porque envolve interesses instalados dentro do próprio sistema judicial e dentro do Ministério do Interior?
Porque os detidos em prisão preventiva não rendem votos nem projectam imagem internacional?
Ou porque a UNITA também lucra com a corrupção endémica instalada nas cadeias de Angola?
Lamento profundamente esta omissão.
A luta contra a injustiça não pode ser selectiva. Ou é pela dignidade humana em todas as suas formas — ou é mais do mesmo.
A corrupção que mata nas cadeias é tão grave como a repressão policial nas ruas.
Ignorá-la é abdicar da autoridade moral.
E quem se cala diante da injustiça, quando tem poder para falar, está a pactuar com ela.
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