O silêncio da UNITA perante a corrupção endémica nas cadeias de Angola- Carlos Alberto



Li com atenção o comunicado divulgado hoje pela UNITA, que aborda a repressão policial nas manifestações de 12 e 15 de Julho, a composição da CNE — embora os próprios representantes da UNITA tenham tomado posse —, as condecorações militares e outras questões institucionais relevantes.


Mas não encontrei, em lado algum, uma única linha — uma única palavra — sobre as denúncias gravíssimas que publiquei ontem a respeito da corrupção nas cadeias angolanas, onde milhares de cidadãos estão detidos sem julgamento, onde a alimentação é desviada, onde os reclusos adoecem e morrem sem tratamento, e onde cantinas privadas enriquecem à custa do sofrimento humano.


Não se trata de boatos. Foram factos descritos com dados concretos e testemunho directo.


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E, ainda assim, a UNITA, que se apresenta como alternativa de governação, escolheu o silêncio.

É esta a oposição que Angola precisa?


Pior ainda: até hoje, sob a liderança de Adalberto Costa Júnior, a UNITA nunca visitou oficialmente nenhuma cadeia em Angola. Nenhuma.

E, no entanto, diz pretender defender os mais desfavorecidos. Quais?


Durante a campanha eleitoral de 2022, o então candidato à Presidência da República, ACJ, prometeu construir “um país onde ninguém ficasse para trás”.

A frase foi repetida em comícios e entrevistas.


Mas como se pode defender “os que ficaram para trás” ignorando os milhares de cidadãos esquecidos atrás das grades — muitos sem sequer terem sido julgados?


Porquê o silêncio?

Porque o tema é sensível?

Porque envolve interesses instalados dentro do próprio sistema judicial e dentro do Ministério do Interior?

Porque os detidos em prisão preventiva não rendem votos nem projectam imagem internacional?

Ou porque a UNITA também lucra com a corrupção endémica instalada nas cadeias de Angola? 


Lamento profundamente esta omissão.

A luta contra a injustiça não pode ser selectiva. Ou é pela dignidade humana em todas as suas formas — ou é mais do mesmo.


A corrupção que mata nas cadeias é tão grave como a repressão policial nas ruas.

Ignorá-la é abdicar da autoridade moral.

E quem se cala diante da injustiça, quando tem poder para falar, está a pactuar com ela.


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