João Lourenço, Dino Matross e a vitalidade democrática no MPLA

 


Na sexta-feira passada, 29, durante a Conferência Nacional sobre o Capital Humano, o Presidente da República e líder do MPLA, João Lourenço, teve um gesto que merece registo político: saudou Dino Matross, antigo secretário-geral do partido e um dos militantes que mais têm levantado críticas internas à actual direcção, sobretudo em relação à limitação de mandatos e importância de haver múltiplas candidaturas ao cargo de presidente do MPLA no próximo Congresso. 


Num contexto de crescente tensão e de debate dentro do MPLA, a atitude de João Lourenço assume especial relevo. Ao estender a mão a quem o tem questionado internamente, mostrou não guardar rancor e, mais do que isso, evidenciou uma leitura madura da política: compreender que a crítica interna, quando feita dentro dos limites estatutários, da Constituição e da lei, fortalece o partido em vez de o fragilizar.


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Este episódio deixa uma lição fundamental: a vitalidade de qualquer organização política mede-se, em grande parte, pela sua capacidade de acolher vozes dissonantes e de transformar divergências em contributos para o aperfeiçoamento colectivo. Quando um líder demonstra tolerância e abertura perante a crítica interna, dá o sinal de que compreende o valor democrático do contraditório.


Como o próprio Presidente sublinhou na conferência: "Nenhuma infra-estrutura, por mais imponente que seja, tem valor superior ao capital humano. São os homens e as mulheres, com a sua formação, dedicação e capacidade criadora, que fazem mover a economia, que sustentam as instituições e que constroem as nações. Se não soubermos valorizar e investir no nosso capital humano, todas as obras materiais carecerão de alma e de sustentabilidade".


Não há qualquer dúvida de que os partidos políticos são o primeiro laboratório da democracia. Se um dirigente não aceitar críticas dentro de casa, dificilmente as admitirá nas vestes de Presidente da República. O espírito democrático tem de nascer no seio das próprias organizações partidárias, sob pena de a vida pública se tornar refém da unanimidade artificial e da obediência cega.


O gesto de João Lourenço ao cumprimentar Dino Matross foi, portanto, mais do que um sinal positivo. Mostrou que a convivência política no MPLA pode evoluir para uma cultura de maior tolerância, onde a diferença não seja encarada como ameaça, mas como oportunidade de fortalecimento institucional. Num momento em que Angola enfrenta desafios profundos, é da capacidade de diálogo, de escuta e de inclusão que dependerá a qualidade da nossa democracia.


A Conferência Nacional sobre o Capital Humano, realizada na sexta-feira, 29, e no sábado, 30, valorizou o homem acima das infra-estruturas, justamente com um simples, mas grande aperto de mão que fez jus ao discurso de João Lourenço. Quando o discurso e a prática coincidem, é o país que sai a ganhar. João Lourenço mostrou maturidade política. 


E esta é a grande reflexão que se impõe: todos os partidos, sem excepção, têm de aprender que a democracia começa por dentro. Só quem respeitar a crítica interna terá legitimidade para exigir respeito no espaço público. A coerência entre palavra e gesto é o verdadeiro alicerce de uma política credível — e, sem ela, não há democracia que resista.


Carlos Alberto


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