O humorista Tiago Costa, filho do jornalista Gustavo Costa, lançou duras críticas durante a entrevista concedida esta quinta-feira, 05, a O Decreto.
Segundo o também jurista, não entende como o Presidente João Lourenço, não enfrenta os principais problemas do país. Para Costa, “não é compatível uma pessoa dormir bem quando dois milhões de crianças estão fora do sistema de ensino e a ministra continua no cargo”, questionando ainda a falta de investigação sobre denúncias feitas contra o gabinete presidencial e a situação da justiça com o juiz Joel Leonardo.
Durante a entrevista, Tiago Costa foi mais longe e disse que gostaria de estar à frente do governo para mostrar ao Presidente “quantos marimbondos e contrabandistas estão no actual governo”. Para o humorista, João Lourenço ri pouco e, quando o faz, “normalmente não é pelos melhores motivos”. Considera que o Chefe de Estado deveria ter uma postura mais leve nos dois anos que lhe restam de mandato, mas acusa a política angolana de ser feita “para um grupo de pessoas e não para o país”.
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Costa revelou ainda que convidou João Lourenço cerca de quatro vezes para participar no programa GOZ’AQUi (Comedy Club) em Stand Up Comedy, mas nunca obteve resposta. “Durante algum tempo falei com Luís Fernandes, pela Presidência. Depois, em 2022, entreguei uma carta pessoalmente na sede do MPLA para entrevistar o Presidente do MPLA, que é a mesma pessoa. No ano passado, entreguei também a carta a conselheiros da República. O meu trabalho eu faço”, afirmou.
Apesar das críticas, Tiago Costa diz sentir cada vez mais que “o país é nosso”, destacando que até membros do MPLA o procuram para pedir ajuda. Contudo, compara o partido no poder a uma “mulher tóxica que está a fazer mal aos angolanos” e defende que precisa de “arrumar a sua casa”.
O humorista acusa o MPLA de nunca ter vencido eleições sem suspeitas de fraude e questiona a legitimidade dessa situação. “Imagina só: todas as eleições eu ganho, mas todas as eleições me falam em batota. Eu vou me sentir bem assim? Não. Acredito que há pessoas dentro do MPLA que ainda têm dignidade, apesar de votarem num partido que deixa dois milhões de crianças fora da escola, e que têm de ser aproveitadas para Angola”, concluiu.
Coque Mukuta
O Decreto
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