CARTA ABERTA DE DENÚNCIA PÚBLICA: Rede Girassol – Pela dignidade dos trabalhadores

 


Após a tomada de posse do novo Conselho de Administração da Rede Girassol, muitos funcionários desta multiplataforma encararam esse momento como uma verdadeira travessia rumo a novas oportunidades. Por se tratar de um conselho jovem, acreditou-se que a experiência que dizia trazer, resultaria num curto espaço de tempo em melhorias visíveis, nas condições de trabalho e de gestão.


No entanto, como dizem os mais velhos, “Tunga ne” — vive-se para conhecer. A realidade revelou-se bem diferente: A situação tem vindo a degradar-se progressivamente. Muito se anuncia, mas pouco ou nada se concretiza.


Suspeita-se, com elevada preocupação, que há vários meses a empresa esteja a proceder ao desconto de 3% nos salários dos trabalhadores, conforme determina a lei, sem que, até ao momento, haja prova clara de que esses valores estejam a ser devidamente entregues ao órgão competente. Caso esses pagamentos estejam a ser efectuados, exige-se transparência e a apresentação de provas que o confirmem.


Os contratos de trabalho encontram-se estagnados no tempo, desactualizados e sem qualquer revisão. Não há subsídio de alimentação, não há subsídio de transporte, não há subsídio de férias referente a 2025 e, quanto ao subsídio de Natal, o assunto tornou-se quase impossível de abordar. Para agravar a situação, ainda existem trabalhadores que, até à presente data, não receberam os seus salários referentes ao mês de Novembro, e estamos em pleno dia 15 de Dezembro.


Mais grave do que todas estas questões é a total ausência de comunicação institucional por parte da Administração. A PCA, Tatiana dos Anjos, e o Administrador Financeiro, Ariel e Silva, circulam entre os colaboradores como se nada estivesse a acontecer, limitando-se a exigir resultados, ignorando por completo as dificuldades reais que os trabalhadores enfrentam diariamente.


É de conhecimento geral que, quando não se tem dinheiro, ninguém empresta e quando empresta, fá-lo com juros. As despesas com escolas, creches e outros serviços têm datas fixas, e o atraso nos pagamentos resulta em multas adicionais. Pergunta-se: Quem assume esses custos? Certamente não é a Administração.


Vivemos actualmente à base de kilapes, de dívidas sucessivas, de multas acumuladas. Os salários passaram a ser pagos com intervalos de 45 em 45 dias, o que compromete seriamente a estabilidade financeira e emocional dos trabalhadores.


No mês passado, a situação tornou-se ainda mais alarmante. Alegadamente para reter recursos financeiros, começaram a ser feitos descontos arbitrários por faltas injustificadas, mesmo quando existiam provas claras de que os colaboradores estiveram efectivamente a trabalhar registos por e-mail, câmaras de vigilância e outros meios de controlo. Ainda assim, os descontos foram aplicados.


Há casos de funcionários com descontos superiores a 60.000 Kz, pessoas que entram ao serviço às 4h da manhã, cumprem pautas extensas e ultrapassam largamente o horário normal de trabalho. Horas extraordinárias não são pagas, mas os descontos são feitos com rigor.


Coloca-se, então, uma questão legítima: Se um trabalhador tivesse efectivamente mais de cinco faltas, não deveria existir um processo disciplinar, uma advertência verbal ou escrita? Não há qualquer procedimento administrativo que sustente estes descontos fora do normal.


Os salários são pagos com atraso, os subsídios não são pagos, os trabalhadores continuam a “vestir a camisola” da empresa, e, ainda assim, são penalizados sem explicações claras e sem fundamento aparente.


É com tristeza, frustração e profundo sentimento de injustiça que os trabalhadores da Rede Girassol tornam pública esta situação, na esperança de que as entidades competentes, a opinião pública e a própria Administração assumam as suas responsabilidades e devolvam dignidade a quem diariamente constrói esta casa.


Estamos tristes. Mas não estamos calados.


Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

Postar um comentário

0 Comentários