Comissário da polícia sul-africana aponta Angola como uma das origens de armas ilegais no cabo ocidental

 

As autoridades policiais da África do Sul identificaram Angola e a Namíbia como países de origem de parte significativa das armas ilegais que estão a alimentar a criminalidade violenta na província do Cabo Ocidental, segundo revelações feitas esta quarta-feira pela liderança da polícia provincial.

O alerta foi lançado após a divulgação das estatísticas criminais do segundo trimestre, que mostram um aumento de 28,8% nas apreensões de armas de fogo ilegais no Cabo Ocidental, um crescimento muito acima da média nacional. Entre julho e setembro, a Polícia Sul-Africana (SAPS) confiscou mais de 32 mil munições, além de dezenas de armas de fogo.

A MEC para a Supervisão Policial e Segurança Comunitária, Anroux Marais, manifestou preocupação com a “disponibilidade excessiva” de armas ilegais em circulação, sublinhando que zonas como Mitchells Plain, Delft, Philippi e Bishop Lavis figuram entre as mais afectadas pelas apreensões.

“Precisamos de um pacto social nesta província, uma posição colectiva contra o gangsterismo e o crime violento. A polícia e o governo não podem vencer esta luta sozinhos”, afirmou Marais.

Já o Comissário Provincial da Polícia, Thembisile Patekile, foi mais longe ao apontar as rotas transfronteiriças como um factor central do problema. Segundo o responsável, uma parte considerável das armas ilegais entra na África do Sul através da fronteira com a Namíbia, mas Angola surge igualmente como um dos países de origem do armamento apreendido.

“Não vou deixar esta questão apenas na Namíbia. Vou repetir: foram encontradas aqui na Cidade do Cabo mais de 100 armas pertencentes ao Estado. Estamos também conscientes de que há armas a entrar provenientes de Angola e de outros países que não constam dos nossos sistemas”, declarou Patekile.

As declarações colocam Angola sob escrutínio regional, numa altura em que a África Austral enfrenta desafios crescentes ligados ao tráfico ilegal de armas, crime organizado e violência urbana. As autoridades sul-africanas defendem o reforço da cooperação policial e do controlo fronteiriço para travar o fluxo de armamento que abastece redes criminosas no país.

EWN

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