Augusto Tomás ex ministro dos transportes disse que os 900 milhões desviados do Conselho Nacional de Carregadores foi utilizado na campanha eleitoral do MPLA

O ex ministro dos transportes Augusto Tomás, disse ontem em tribunal na primeira sessão do julgamento dos desvios de 900 milhões de kwanza que ele é acusado, que o dinheiro foi utilizado para campanha eleitoral do partido Mpla nas eleições de 2017.

As  acusação que pesão em Augusto Tomás, refere por exemplo, que o CNC terá pago fretes, por orientação de Augusto Tomás, para entidades estranhas ao Ministério dos Transportes, como é o caso do Movimento Nacional Espontâneo e o Ministério da Justiça, "numa verdadeira demonstração de que os dinheiros públicos podiam ser gastos como ele bem entendia, sem obedecer a qualquer regra ou princípio e os limites das despesas das unidades orçamentais".
De acordo com a acusação, a Augusto Tomás terá varias vezes viajado para Cabinda e Lisboa em voos fretados, pagos pelo CNC, no valor de 68 milhões e 3 milhões de dólares.
No mesmo processo estão igualmente arrolados os réus Isabel Cristina Gustavo Ferreira de Ceita Bragança e Rui Manuel Moita, ex-directores-gerais adjuntos para as Finanças e para a Área Técnica do Conselho Nacional de Carregadores, Manuel António Paulo, então director-geral do CNC, e Eurico Alexandre Pereira da Silva, ex-director adjunto para a Administração e Finanças.
Importa referir que Isabel Bragança está detida sob o termo de identidade e residência, Rui Moita e Manuel António Paulo estão em prisão domiciliar, enquanto Eurico Alexandre Pereira da Silva está em liberdade.
Sobre os réus pesam os crimes de peculato na forma continuada, de violação das normas de execução do plano e orçamento na forma continuada, de abuso de poder na forma continuada, de participação económica em negócio, de recebimento indevido de vantagem na forma continuada, de corrupção na forma continuada, de branqueamento de capitais e de associação criminosa.
Neste primeiro dia de discussão e julgamento, a primeira Câmara Criminal do TS esteve a abarrotar de familiares e outros cidadãos que assistiram ao julgamento.

O Juiz Joel Bernardo agendou para a próxima segunda-feira, 3, pelas 9:00, o segundo dia deste mediático julgamento em que estão arroladas 14 testemunhas, com destaque para Justino Fernandes, Ismael Diogo, António Mosquito, Farouk Ibrahim, Alcides Manuel de Almeida Paulo e Boavida Neto, secretário-geral do MPLA, e 31 declarantes.

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