344 milhões de dólares para a campanha do MPLA



As autoridades angolanas ainda não reagiram informações postas a circular em círculos políticos, em Luanda, indicando que o MPLA é o beneficiário final do pagamento de 344 milhões de dólares que saíram dos cofres do Estado a pretexto de compra de um terreno para a construção do chamado 'Bairro dos Ministérios'.


A referida quantia saiu dos cofres do Estado depois de o Presidente João Manuel Gonçalves Lourenço, ter assinado em Janeiro de 2020, o Decreto Presidencial n.º 19/19, de 8 de Fevereiro autorizando “a celebração de contrato com a Sodimo, para aquisição de um terreno loteado, infra-estruturado, devoluto e livre de quaisquer ónus e encargos, com uma área de 211, 697 m2, localizado na Zona da Chicala, distrito urbano da Ingombota, num valor equivalente a 344 milhões de dólares norte-americanos, com dispensa da consulta ao mercado.”


Na sequência de contestações ocorridas oito meses depois da liberação dos fundos, o projecto do ministério foi abortado mas os fundos não regressaram aos cofres de Estado pelo que surgiram relatos de que serviriam para financiar a campanha eleitoral do partido no poder.



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A Sodimo, empresa a quem o Presidente João Lourenço, ordenou para que fizessem o pagamento dos 344 milhões de dólares, é uma sociedade detida pela Suninveste S.A. (detida pela FESA), Banco Angolano de Investimentos (BAI), Dar-Angola Lda., Sommis S.A. (constituída por Manuel Vicente e Ismael Diogo da Silva), e Sansul S.A.


A Sansul – Sociedade de Consultoria S.A, segundo informações do Maka Angola, é uma empresa detida em 99 por cento pela GEFI, a holding do MPLA que controla mais de 60 das suas empresas. A percentagem restante é repartida entre quatro membros do MPLA, apenas para cumprir o número de cinco elementos, necessário à constituição de uma sociedade anónima. Logo, a empresa é detida na totalidade pelo MPLA.


O terreno em causa, que estava a ser comprado pelo governo, foi cedido a SODIMO a custo zero - para fins exploratórios - pelo antigo governador de Luanda, José Aníbal Rocha, para um período de 60 anos. O facto de que o governo na altura estaria a comprar um terreno pertencente ao próprio Estado, foi alvo de criticas e acusações de alegada lavagem de dinheiro, uma vez que os fundos saíram dos cofres do Estado, transferidos para a SODIMO, e de seguida para a SANSUL, controlada pelo MPLA.


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