Jornal El Mundo diz que Gomes Cardoso, Manuel da Cruz e Archer Mangueira receberam mixa para facilitar a empresa espanhola Mercasa em concurso em Angola



Segundo o jornal espanhol El Mundo os dirigentes angolanos teriam recebido pagamentos de suborno no total de 32 milhões de dólares: 200 mil dólares para Manuel da Cruz, 100 mil dólares para Gomes Cardoso e 150 mil dólares para Archer Mangueira.

Nesse ano de 2014, para Madrid, conforme conta o jornal espanhol El Mundo, que há vários anos acompanha as suspeitas de corrupção no negócio entre Espanha e Angola, seguiram alguns documentos apreendidos na casa de Guilherme Taveira Pinto, tendo um deles chamado a atenção das autoridades espanholas: uma folha Excel, encriptada, intitulada “codigo.clod-09.11.07.xls”.



Como as autoridades espanholas viriam mais tarde a descobrir, as iniciais “clod” referem-se exatamente ao Centro Logístico e de Distribuição de Luanda e remetem para o caso que, desde 2016, está sob investigação: o pagamento de subornos por parte da empresa espanhola Mercasa a dirigentes angolanos para a construção de um mercado de abastecimento em Luanda, no valor de centenas de milhões de euros, que nunca chegou a ver a luz do dia.


Depois de conseguirem desencriptar o ficheiro, os espanhóis encontraram uma lista com números e iniciais. De acordo com o trecho da acusação (de 265 páginas), ainda a ser ultimada pelas autoridades espanhola, revelado pelo El Mundo, no documento Excel constavam iniciais como «Ass.Furt», «VM», «GC», «Part», «VP», «P.Espada», «J.L» e «C.G.S'”». Após a investigação, as autoridades, conforme refere aquele diário, terão concluído que “VM” e  “GC” se referiam, respectivamente, ao vice-ministro do Comércio, que, em 2007, data da criação do documento Excel, era Manuel da Cruz Neto, e Gomes Cardoso, o então director nacional do Comércio, que viria a morrer em 2018. O jornal refere ainda a existência das iniciais “Ass.Mang”, que dirão respeito a Archer Mangueira, na altura o  assessor económico de José Eduardo dos Santos, que mais tarde viria a suceder a Manuel da Cruz Neto no cargo de vice-ministro do Comércio e chegaria a ministro das Finanças de João Lourenço — que, na altura do escândalo Mercasa, era vice-presidente da Assembleia Nacional angolana.


A ligar estes três dirigentes angolanos está o empresário luso-angolano Guilherme Taveira Pinto, há vários anos procurado por Espanha, que tem visto os seus mandados de detenção europeus e internacionais rejeitados por Angola. No caso Mercasa, cujos crimes terão sido cometidos entre 2006 e 2016, o empresário que actuou como intermediário terá recebido cerca de três dos 32 milhões pagos pelo Estado angolano à empresa espanhola para a construção do Clod. Desse dinheiro, parte foi destinada a «gastos comerciais», que, na prática, foram os subornos pagos aos dirigentes angolanos, segundo o El Mundo: 200 mil dólares para Manuel da Cruz, 100 mil dólares para Gomes Cardoso e 150 mil dólares para Archer Mangueira, conforme consta na folha Excel.



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