Foi um dos integrantes dos 12 cofundadores da UNITA que foram à China, em 65, para treinos militares com o fito de regressar ao país e combater o colonialismo português. Ao regressar ao país, foram presos e apresentados em todas as localidades e missões evangélicas do planalto central, como terrorristas, na companhia do velho Chiyuka Bianco e outros.
São Nicolau esperava por eles, aguentando assim os maltratos da polícia portuguesa, com trabalhos forçados, muitas das vezes sem as três refeições por dia. A situação deles agudizava-se mais, quando recebiam cartas de seus parentes em língua nacional Umbundu, que não era do domínio dos seus algozes: "catete epasulo". Traduzindo: em primeiro lugar, são saudades fraternais". Os tugas ficavam indagados, imaginavam o sujeito que está a vir de Catete para libertar os presos, o que acirrava ainda mais os castigos.
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Só foi possível a libertação dos mesmos com os ventos da independência, iniciados com os acontecimentos do 25 de Abril, o diálogo entre o governo português e os movimentos de libertação e concomitantemente a entrada dos mesmos às cidades. O Gen. Kusia, participa assim, na mobilização do povo para a adesão massiva à UNITA, principalmente no sul e centro do país.
Com a ocupação russo-cubana, o Gen. Kusia participa na longa marcha, estando nas RM 45, 35, 11, 29 e mais tarde na RM 66. Como membro da Direcção do movimento, desempenhou vários cargos como o de secretário para os antigos combatentes e veteranos da pátria e o de secretário para a mobilização, que o obrigava a palmilhar as áreas satélites da Jamba e todo território nacional sob o controlo da UNITA, nas províncias do Kuando Kubango, Cunene, Moxico, Bié, etc.
Em 1996, aquando das celebrações dos 30 anos da fundação da UNITA, no Bailundo, num acto público (comício), o Dr. Savimbi teve amabilidade ímpar de o apresentar, na companhia de Samuel Chiwale, como os três sobreviventes dos 11 ou 12, ( se bem que o velho Kalundungo também estava em vida), na presença de representantes dos partidos políticos na oposição, no caso de Anália de Victória Pereira, Filomeno Vieira Lopes e outros.
Gen. Kusia, também foi amante do desporto. Lembro-me, na qualidade de chefe de sector das relações públicas do secretariado nacional da Juventude e Desporto, que teve como secretário naltura o tio Tito Marcolino Nhany, havia necessidade de entrar em contacto com as Direcções dos Clubes. O Velho Kusia fazia parte da órgão directivo do Sachole FC, juntamente o velho Chiwale e o Sachole passou a ombrear a nível dos séniores, com os grandes, como o União e o África. A nossa convivência foi bastante salutar.
Aguentou a segunda longa marcha, com o recrudescer do conflito armado, mobilizando as populações para a resistência popular generalizada, contra o regime titere de Eduardo dos Santos, que na extensão da administração estava a mostrar a sua real intenção, que é a de acabar com a UNITA, matando os seus quadros. Com a ocupação dos bastiões da UNITA, em 99, recua com a direcção e por ordens superiores, atravessa a fronteira Angola-Zâmbia.
Com o fim do conflito armado, junta-se a Direcção do partido e contribuiu bastante na democratização do partido e na solidificação da coesão interna, com conselhos, encorajamento e capacidade de derimir focos de conflitos internos. Foi da comissão de ética, no I congresso da JURA, um Congresso bastante disputado e um pouco violento. Ele, com a sua santa paciência, aparecia constantemente junto dos grupos de campanha e de trabalho para amainar alguns mal entendidos que surgiam.
Seriam 88 anos de vida mas porque a morte é matreira e injusta, tirou de nós um dos ícones da fundação da UNITA, um instrumento de luta, atuante e que a sua causa torna-se cada vez mais transcendental. Ficou a saudade, palavra que diz o passado, o passado que queremos. Os grandes homens da sua dimensão, não deviam ter vida tão curta mas sim uma imensidão de vida para, mostrarem cada vez mais o caminho ideal.
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