A Carta Aberta do académico Raúl Araújo sobre irregularidades praticadas pelo juíz presidente do Tribunal Supremo está a circular profusamente nas redes sociais.
Não há nenhum intelectual, daqueles que contam para alguma coisa, que não tenha reencaminhado a carta a alguém, seja pelo Facebook, WhatsApp ou outras redes sociais
Mas, a rápida e grande disseminação da carta destapa uma realidade que, sendo já conhecida de muitos, nem por isso lhe diminui a perturbação associada: a generalidade dos intelectuais angolanos só resmunga por detrás de um qualquer biombo.
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Sem um biombo, que lhes encubra a face, ou um vidro à prova de balas, que os proteja de eventuais estilhaços, a generalidade dos intelectuais não pia, nem mesmo perante costumeiros e grosseiros pontapés à lei dados por “quem de direito”.
Escondidos, muitos, agora, subscrevem a denúncia de Raúl Araújo. Mas, todos eles põem a cabeça fora da água sob uma mesma forma: reencaminhar uns aos outros o texto do antigo bastonário da Ordem dos Advogados Angolanos.
Produção própria, que é o que se espera de um intelectual, “nada que se vê”.
Aos jornais, rádios ou televisões nenhum deles dá o peito, não apenas para corroborar o protesto de Raúl Araújo, mas, também, para denunciar o Presidente da República pelos recorrentes actos de corrupção de todo o aparelho judicial do país.
Escondidos atrás de Raúl Araújo são todos valentões. Mas, sem biombos ou vidros à prova de bala não valem nada!
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