27 DE MAIO 1977: NGALA NGAJI NUNCA ACREDITOU QUE O MPLA LHE MATARIA ATÉ AO DIA EM QUE FOI LEVADO SEM NUNCA DAR SINAIS



Era um tipo fisicamente bem constituído , tinha um sotaque de Catete.

Mas seu rosto parecia um puramente lá dos confins do Bié, sua  característica natural tinha sempre um rosto de quem estava sempre a sorrir mesmo quando não sorria.

O curioso na cadeia de São Paulo é que mesmo diante do ambiente tão tenso que se vivia lá dentro.

E com o cheiro do sangue fresco humano que  tomava conta de quase todas as celas que jorrava dos corpos ensanguentados  dos detidos que regressavam dos infernais interrogatórios.



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Ainda assim , haviam jovens e o Ngala Nganji era um deles que tinham dificuldades em enxergar.

De que a situação não estava para brincadeiras e que até mesmo o MPLA já tinha iniciado com os assassinatos de detidos que levavam e nunca mais eram vistos.

Eram jovens tão militantes do MPLA que entregaram toda sua vida praticamente nessa organização.

Alguns eram militares das FAPLA que nunca lhes tinha passado pela cabeça que o seu próprio MPLA fosse capaz de chegar ao ponto de lhes tirar a vida. 

Tão  ignorantes que eram no que toca a trajetória assassina do MPLA que não iniciou no dia 27 de Maio de 1977,  mas sim já desde os tempos ainda do maqui.

Lá nas matas onde até já eliminavam nacionalistas e provas sobre tais ocorrências existem de sobra estampadas em vários livros escritos por historiadores de renome como o Carlos Pacheco o melhor que Angola tem.

Até mesmo o dia em que lhe chamaram de madrugada ele transportando consigo um saco de plástico.

Onde tinha cuecas, escova de dentes  e um tubo de pepsodent que o Gito um branco nosso companheiro de cela  lhe tinha dado  curioso ele esboçava um sorriso nos lábios.


Fernando Vumby 


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