Preços nos grossistas cresceram quase 30% em apenas um ano



Os preços dos bens de consumo cresceram em média 29,94% nos grossistas entre Fevereiro do ano passado e o mesmo mês deste ano, com o açúcar e o azeite a liderarem a subida dos preços, de acordo com cálculos do Expansão com base nos relatórios sobre o Índice dos Preços Grossistas publicado pelo Instituto Nacional de Estatística (INE).

Mas há casos, como o açúcar, cujos preços triplicaram, ou o arroz, em que os preços mais do que duplicaram. Este relatório do INE é acompanhado de uma lista com dezenas de bens de consumo e respectivos preços médios, pelo que é possível calcular directamente a evolução dos preços num determinado período. E foi isso que o Expansão fez. Ainda assim, neste exercício do Expansão apenas foram contabilizados 62 produtos, que são aqueles que coincidem quer em espécie quer em pesagem entre o relatório de Fevereiro de 2023 e o do mesmo mês de 2024.


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Contas feitas, na relação destes 62 produtos entre Fevereiro de 2023 e o mesmo período de 2024 os preços cresceram 36%. Ao todo são 39 produtos nacionais e 23 importados, que vão desde os bens de consumo essenciais, como a mandioca, óleo alimentar, iogurtes, carne de vaca, ovos, banana, peixe ou farinha de trigo.

A nível nacional, este cabaz de 39 produtos passou de 423.856 Kz para 589.616 Kz, o que representa um aumento de preços na ordem dos 39%. Os bens de consumo cujos preços mais subiram, em termos percentuais, foi o quilo de carne de vaca (+58%, equivalente a mais 3.658,41 Kz), um saco de 50 Kg de feijão manteiga (+58%, equivalente a mais 21.779,98 Kz) e um saco de 50 Kg de farinha de trigo (+55%, mais 14.522,06 Kz). Por outro lado, os preços que menos subiram foram os do saco de 50 Kz de arroz corrente (+7%; mais 932,98 Kz), da caixa de 24 iogurtes (+6%; mais 454,16 Kz) e do monte médio de 3 a 4 maçãs (+6%; mais 53,05 Kz).

Quanto aos produtos importados, o cabaz de 23 bens de consumo passaram de 815.499 Kz para 1.099.796 Kz, ou seja, mais 35%, com o saco de 50 Kg de açúcar a liderar os aumentos, já que os preços mais do que triplicaram (+166%) para 63.309,68 Kz, ou seja, mais 39.464,37 Kz do que era vendido em Fevereiro de 2023 (23.845,31 Kz), segundo os dados do INE.

Segue-se o saco de 50 Kg de arroz branco agulha, cujos preços mais do que duplicaram (+107%) para 36.841,29 Kz, e o saco com o mesmo peso de feijão castanho fecha o pódio dos maiores aumentos dos preços dos produtos importados, com um crescimento de 47% face ao período homólogo para 68.709,20 Kz. Esta subida dos preços no espaço de um ano deve-se, essencialmente, à desvalorização cambial, já que entre Maio e Junho do ano passado o kwanza depreciou quase 40% face ao dólar norte-americano, mas também à subida dos preços da gasolina verificada em Junho.

Como a maior parte dos bens de consumo são importados, e a quase totalidade da produção nacional depende de matérias-primas importadas, não tinha como não subir os preços dos produtos finais em Angola. Além disso, Angola também importou inflação, já que a maior parte das economias que fornecem bens de consumo ao País atravessaram (e atravessam ainda algumas delas) períodos prolongados de inflação devido à alta de preços da energia, naquilo que foi uma das consequências da guerra da Rússia contra a Ucrânia. Há uma relação directa entre a alta inflação nos grossistas com os preços aos consumidores.

Isto porque, quando os preços dos produtos nos grossistas aumentam, acaba por resultar num aumento nos preços ao consumidor final, já que os grossistas são intermediários na cadeia de distribuição e repassam esse aumento aos retalhistas que, por sua vez, o fazem reflectir nos preços aos consumidores.


Expansão 

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