Sexo fácil, barato com mulheres e homens de idades questionáveis (menores), fazem o cartão postal da Rua da Dira, a mais conhecida zona do Distrito Urbano do Zango na capital angolana.
Também conhecida como “paraíso” lugar onde se encontra todo tipo de prazer e um tipo de ambiente que dá a intender que as pessoas nunca dormem, na Rua da Dira, não existe um dia normal da semana, todos os dias são vividos como um final de semana e um aglomerado de gente proveniente de vários pontos de Luanda, ai passam pelo menos duas horas da sua noite ou dia, com objectivo de satisfazer os desejos da carne (sexo), no cenário onde vale tudo, desde que se mantenha a carteira na mesa, que pague as cervejas e os picos de pincho, que são outras formas de pagamentos para se obter sexo no referido centro de prazer, localizado no município de Viana em Luanda.
Numa ronda feita pelo FP na rua da Dira, podemos ouvir vozes de moradores e dos comerciantes de bebidas e comidas, estes contaram que a rua da Dira é frequentada por pessoas de todas as idades, classes, nacionalidades e raças, todos em busca da “felicidade” servida por mulheres e homens de varias idades, a serviço da profissão mais antiga do mundo, a prostituição.
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“AQUI VÊM BUÉ DE GENTE PROCURAR AS MULHERES E OS MOÇOS QUE SE VENDEM, MAIS OS PAPOITES CASADOS, COMANDAM”.
Os moradores e os comerciantes da Rua da Dira revelaram ao FP que o local é frequentado por uma grande maioria de homens casados que comandam a lista de compradores de sexo. Da informação colhida na voz de quem vive o dia-a-dia na zona, ficamos também a saber que muitos destes senhores, normalmente optam por ter sexo vendido pelos homens e mulheres com idades abaixo dos dezoito (18) anos, com referência que a prostituição na rua da Dira e em outros pontos do distrito do Zango, é uma pratica que segundo revelaram as nossas fontes, inicia com raparigas e rapazes com idades a apontar dos dez (10) anos, e são incentivadas ou incentivados pelos progenitores ou pelos tutores, que também se colocam disponíveis a manter relações sexuais, caso sejam apontadas/os, pela preferência do cliente.
“A PROSTITUIÇÃO É A PRINCIPAL FONTE DE RENDIMENTO DE MUITAS FAMÍLIAS NO ZANGO E AS CRIANÇAS E ADULTOS TRABALHAM FAZENDO SEXO” disse uma das comerciantes, que apontou a condição de extrema pobreza em que vivem essencialmente as famílias realojadas a décadas, em tendas e casas de latas no Zango 1, 2 e 3, estando numa situação precária que os coloca em condição de vulnerabilidade.
A condição de vulnerabilidade em que vivem as famílias do Zango, não os permite negociar até em quanto venderiam o sexo, na Rua da Dira o sexo é pago com valores que começam em mil (Kzs 1.000.00) Kwanzas, menos de dois (2) euros, por cada cinco (5) minutos e não ultrapassam os dez mil (10) kwanzas, menos de doze (12) euros por uma noite paga para ser ter prazer sexual.
“Quem paga dez (10) mil Kwanzas para ter sexo na Rua da Dira, pode dormir no mesmo dia e em simultâneo, com mais de duas prostitutas ou como sua preferência, prostitutos” ficamos a saber.
A conversa com os moradores e os comerciantes na Rua da Dira foi bastante reveladora, tanto que ficamos a saber que pela natureza preferencial de ter prazer sexual com menores de idade, muitos homens casados que visitam a Rua da Dira, não frequenta lugares como hospedarias na zona, estando conscientes do acto criminoso, consumam o coito (sexo com penetração) com as crianças, em matagal, bancos de carros, obras de construção civil, quintais abandonados, armazéns com entradas facilitadas por suborno ao segurança em serviço ou mesmo nas casas de latas e tendas, cedidas previamente pelos maridos, progenitores ou encarregados das prostitutas.
A propagação da prostituição no Distrito Urbano do Zango, além de fomentar a pedofilia e a exploração sexual de menores, é acompanhada do aumento das doenças sexualmente transmissíveis. Em 2023, o Boletim Epidemiológico de HIV do ministério da saúde de Angola, notificou que o município de Viana, em Luanda, absorve 30% dos 160 mil infectados com VIH/Sida na capital do país, os maiores casos estão concentrados no Distrito Urbano do Zango, considerado o epicentros de novas infecções, com mulheres em estado de gestação (gravidas), crianças e adolescentes ocupam a lista com maiores casos de testes positivos da doença (VIH/Sida).
Com as informações colhidas dos moradores e os comerciantes a revelarem que os homens casados, lideram a lista de procura de prostitutas na Rua da Dira, Luanda pode estar a registar casos em massa de contaminação “negligente” do vírus da Sida de parceiros/as.
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