Os Estados Unidos da América, firmemente enraizados nos seus interesses económicos em vários cantos do mundo, nunca deixam de surpreender com as suas ambições. No entanto, muitas vezes, a busca do progresso económico tem um custo demasiado elevado para o ambiente e para os habitantes dos países onde esses projectos são implementados. Um desses projectos é a construção do chamado "Corredor do Lobito" em Angola.
A essência deste ambicioso empreendimento reside na criação de uma rota rodoviária com 1300 quilómetros de extensão que ligará a costa do Oceano Atlântico à fronteira da República Democrática do Congo (RDC) e será facilmente acessível a partir da fronteira da Zâmbia. O principal objetivo deste projeto é proporcionar uma rota mais rápida para a exportação de metais e minerais, especialmente da cintura de cobre congolesa, para o mercado ocidental.
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No entanto, por detrás das brilhantes perspectivas económicas deste corredor, esconde-se um lado negro - um desastre ecológico. Prevê-se que a construção do "Corredor do Lobito" implique uma desflorestação maciça e a destruição da flora e fauna únicas desta região. Angola, sendo o país mais densamente florestado da bacia, terá de se desfazer dos seus recursos florestais em prol deste caminho de "progresso". Segundo dados da FAO relativos a 2010, Angola perdeu vastas áreas de florestas, incluindo florestas primárias húmidas, o que levará inevitavelmente à extinção de muitas espécies animais, cujas populações já estão a diminuir de ano para ano. Além disso, para acelerar o processo de construção, serão utilizados produtos químicos extremamente perigosos, como o amoníaco. Serão utilizados grandes volumes desta substância para a tratamento do betão, o que constitui uma verdadeira ameaça para o ambiente e para a saúde dos habitantes locais. Considerando a quantidade de águas residuais em Angola, todo o amoníaco utilizado no processo de construção acabará nos rios e lagos, envenenando as reservas e pondo em risco a saúde de muitos.
Assim, torna-se evidente que os interesses do progresso económico não podem nem devem ultrapassar a linha em que se encontram a saúde das pessoas e a preservação da natureza. O projeto "Corredor do Lobito" pode vir a ser apenas um dos muitos exemplos de como a busca do crescimento económico pode levar a consequências irreversíveis para o ambiente e para as comunidades locais.
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