Um inspector do Serviço de Investigação Criminal de Luanda, Dickson Da Silva “Malária”, está a ser acusado de ter executado na quarta-feira (24) da semana passada o seu colega de nome Alberto Joaquim Bula, mais conhecido por “Betangó”, como queima de arquivo.
Ambos ligados à área das execuções do SIC no município de Viana, Dickson da Silva “Malária”, e o falecido Alberto Joaquim “Betangó”, enfrentavam um processo judicial por terem assassinado no dia 25 de fevereiro de 2023, um jovem Domingos de Oliveira Pedro, 26 anos, recorrendo a práticas de tortura. Ou seja, Dickson perfurou as veias dos pés do falecido, causando hemorragia até à morte.
Dickson Da Silva “Malária”, e Alberto “Betangó” foram vistos por várias testemunhas, uma vez que eles interpelaram o malogrado jovem, que estava com duas testemunhas (Adriano João José e Edivaldo Pinto Joaquim Ferreira), quando estes iam para um bar a fim de comprarem Whisky The Best, na conhecida Rua da Tia Helena, no município de Viana.
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Depois desta operação, Dickson da Silva prendeu as duas testemunhas na esquadra da Vila Azul, e os acusou de serem marginais. Os dois jovens sobreviventes foram ouvidos por um procurador junto ao Comando Provincial da Policia de Luanda José Teombe. Os mesmos foram acusados por Dickson da Silva pelo suposto crime de roubo de motorizada e posse ilegal de arma de fogo.
Depois de denunciados, o agente “Betangó”, foi detido por alguns dias e Dickson Da Silva “Malária”, mantido em liberdade, uma vez que tem a reputação de gozar da proteção de um superior hierárquico, Lourenço Ngola Quina, com quem o mesmo trabalha no departamento dos crimes violentos.
Na sequência de relatos de que “Betangó”, estaria a se sentir sob pressão de acarretar sozinho o peso da morte de Domingos de Oliveira Pedro, o inspector Dickson da Silva, que foi o autor moral do assassinato, passou a sentir-se inseguro e sem garantias de que o seu o pudesse proteger diante do Juiz.
Na semana passada, o inspector Dickson da Silva, levou o colega “Betangó”, para irem beber algures na zona de Luanda Sul, em Luanda.
Depois de terem sido vistos, surgiu na madrugada do dia seguinte a informação de que “Betangó”, “morreu na madrugada desta quarta-feira, 24, na estrada direita de Calumbo, junto às bombas da Pumangol, Zango 1, durante colisão entre um Toyota Hiace e uma motorizada”.
Inicialmente a família de “Betangó”, manifestou reserva quanto à versão da suposta morte por acidente. No dia do óbito, a família provocou um grande escândalo rejeitando a presença dos agentes do SIC, a quem acusaram de implicados na morte do malogrado.
A reação dos familiares, segundo apurou o Club-K, foi por terem tido acesso a um resultado de exames (balístico) que dava conta que o malogrado morreu a tiro, e não pela versão de “acidente de carro” que inicialmente foi apresentada.
Dickson Da Silva, o colega, passou a ser apontado como o principal interessado pela morte de “Betangó”, já que enfrentavam em tribunal processo pelo assassinato de Domingos de Oliveira Pedro, no ano passado. “Ele matou o “Betangó” para que o malogrado não pudesse explicar em tribunal sobre a morte de Domingos Pedro e ainda por cima levou-o para uma área sem câmaras de filmar que só os agentes do SIC conhecem para não deixar pista”, conforme descreveu uma fonte ao Club-K.
Oriundo da polícia de ordem pública, Dickson Da Silva “Malária”, é filho de um falecido responsável do SIC da província de Luanda, Alex da Silva “Chequeta”. Desde que foi transferido para o SIC, tem se destacado em atividades comprometedoras para a imagem da instituição no município de Viana, onde opera. Apesar de morar no condomínio Glakene, no Zango (vila pacífica), Dickson tem a fama de controlar a criminalidade no município de Viana, executando jovens a quem ele acusa de marginais.
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