PR embaraça subordinados que lhe fazem confissões



Membros do regime do MPLA têm observado que, nos últimos quatro anos, o Presidente da República, João Lourenço, adotou uma estratégia de resolução de problemas internos que, segundo alguns, resulta em humilhações. A prática envolve convocar dirigentes para repetirem, na presença de outros, críticas ou informações que tenham transmitido de forma privada, segundo revelaram fontes do Club-K.

Para alguns membros do regime, esta é uma tentativa de combater as "intrigas internas", ao expor a origem de rumores e confrontar diretamente os envolvidos. No entanto, para outros, essa metodologia cria um ambiente embaraçoso e expõe as suas fontes, gerando desconforto e desconfiança.



Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762


Um exemplo ocorreu em finais de março de 2020, quando João Lourenço teve uma reunião privada com o então ministro das relações exteriores Manuel Augusto, na qual discutiram temas relacionados à política nacional e ao partido. Poucos dias depois, Lourenço convocou uma reunião com os generais António França Ndalu, José Ferreira Tavares, e o veterano Paulo Julião "Dino Matross". Na ocasião, o Presidente revelou que Augusto teria mencionado que Matross andava a "falar mal" do Presidente e da sua irmã, Judith Lourenço Catraio. Lourenço pediu a Manuel Augusto que repetisse as alegações na frente de todos. Manuel Augusto disse que apenas falou o que também lhe tinha dito. Uma semana depois, a 7 de abril, Lourenço demitiu-o do cargo, substituindo-o por Téte António.

Em abril de 2020, o então secretário para os Assuntos Económicos da presidência, Lopes Paulo, criticou uma das políticas económicas do ministro de Estado para o Desenvolvimento Económico, Manuel José Nunes Júnior, em reunião privada com o Presidente. Dias depois, João Lourenço convocou uma reunião com ambos e outros membros do regime, pedindo a Lopes Paulo que repetisse o que lhe havia dito. Enbaraçado, Lopes Paulo hesitou, e pouco tempo depois foi exonerado.

Outro incidente ocorreu em fevereiro de 2022, quando a então presidente do Tribunal de Contas, Exalgina Gambôa, foi forçada a renunciar após o Presidente receber informações de dois ministros (Diamantino Azevedo e João Baptista Borges), apesar de não os ter chamado para repetir as alegações na sua presença. Exalgina Gambôa enfrentou acusações públicas, foi constituída arguida, perdeu guarda pessoal e sofreu ordem de despejo, além do corte do seu salário.

Este ano, o Presidente João Lourenço voltou a convocar Dino Matross para lhe dizer que ouviu que este veterano estava a defender um congresso democrático e com múltiplas candidaturas. Convocou novamente como testemunhas os generais França Ndalu e José Ferreira Tavares, homens da sua alta confiança. Desta vez, Lourenço não citou a fonte que lhe transmitiu as opiniões de Dino Matross, mas advertiu que não voltaria a tolerar um terceiro mal dizer. Dias depois, convocou os CAPs do MPLA para expor toda a conversa privada que teve com o veterano à porta fechada. Club-K

Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação 

Postar um comentário

0 Comentários