Presidente norte-americano visita Angola nas próximas semanas

 


A informação foi avançada pela agência Reuters, a viagem, que está nos estágios finais de preparação, marcará a primeira visita oficial de um presidente norte-americano ao país.


A visita de Biden ocorrerá após a Assembleia-Geral da ONU, que se realiza em setembro em Nova Iorque. Este será o primeiro presidente dos EUA a visitar Angola e a primeira viagem de um chefe de Estado norte-americano ao continente africano desde o mandato de Barack Obama.


Antes de Biden, a visita do secretário da Defesa, Lloyd Austin, há um ano, marcou a única viagem a Angola de um alto funcionário da Administração norte-americana. 

 

O último presidente dos Estados Unidos a deslocar-se à África sub-sahariana foi Barack Obama, em 2015, acrescentaram fontes próximas do que está a ser planeado e citadas pela Reuters. Obama, contudo, não foi a Angola.



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Também a secretária do Tesouro, Janet Yellen, e a vice-presidente Kamala Harris, visitaram África em 2023 e o secretário de Estado, Antony Blinken, este ano. Mas Biden, presidente dos EUA desde 2021, mantinha-se afastado, gerando algum mal-estar e críticas em círculos diplomáticos.  


Os pormenores da viagem de Biden estão ainda a ser ultimados, mas esta deverá ocorrer nas semanas após a Assembleia Geral das Nações Unidas se reunir, entre 22 e 23 de Setembro, e antes das eleições presidenciais de 5 de novembro, acrescentou uma das fontes.


A Casa Branca não comentou nem a notícia dos planos nem a possibilidade da viagem. 

Combater Pequim


Biden tinha pensado deslocar-se à antiga colónia portuguesa no final de 2023, mas a viagem foi adiada devido à eclosão do conflito entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas, após este último ter invadido Israel a 7 de outubro massacrando 1200 pessoas e sequestrando 250 reféns.


O ainda presidente norte-americano tinha prometido investir em relações mais próximas com os regimes democráticos do continente africano, para contrabalançar a crescente influência de Pequim na região.


Os Estados Unidos têm estado a investir em particular na ligação por via férrea da República Democrática do Congo ao porto angolano de Lobito, para evitar as congestionadas vias terrestres na rota da exploração das minas de cobre e de cobalto.


O presidente angolano João Lourenço foi recebido na Casa Branca em novembro de 2023, tendo sido então proposta a visita durante a reunião de ambos na Sala Oval. 


Quatro meses depois, João Lourenço deslocou-se oficialmente a Pequim para uma visita de três dias.


Em maio último, Joe Biden afirmou que planeava visitar oficialmente África em fevereiro de 2025, se fosse reeleito presidente. A sua substituição por Kamala Harris, enquanto candidata democrata às presidenciais de novembro, esvaziou esses planos. 


Mas Biden não quis deixar de cumprir a visita a Angola, naquela que deverá ser uma das suas últimas, se não a última, deslocações oficiais ao estrangeiro enquanto presidente dos Estados Unidos.

O importante Corredor do Lobito


Segundo noticiou a Agência de notícias angolana, Angop, em fevereiro deste ano, o Corredor do Lobito, uma nova rota comercial de importação e exportação entre o Cinturão de Cobre Africano e a costa atlântica de Angola, está a tornar-se rapidamente uma das mais importantes no escoamento de minérios e produtos africanos.


O Corredor é operado pelo consórcio Lobito Atlantic Railway, constituído pela Trafigura, Mota-Engil e Vecturis, que obteve em 2022 a concessão por 30 anos para a operação, gestão e manutenção do Corredor do Lobito e do Terminal Mineraleiro do Porto do Lobito. 


A linha, quando completamente modernizada, proporcionará uma rota mais eficiente e com menor emissão de teor de carbono para o mercado de cobre, cobalto e outros metais cruciais para a transição energética e vai operar de forma comercialmente aberta com todo o mercado.


O projecto de reabilitação do Corredor do Lobito beneficia do apoio dos Governos de Angola, RDC, Zâmbia e da Parceria para o Investimento Global em Infra-estruturas (PGII) do Governo dos EUA.


O projecto representa um investimento de mais de 500 milhões de dólares, durante a vigência da concessão, com um financiamento potencial de pelo menos 250 milhões de dólares (um dólar vale em kz 829,463) da Corporação Financeira de Desenvolvimento Internacional dos EUA.


O investimento vai permitir a renovação de troços da linha férrea e infra-estruturas associadas, além de garantir mais a aquisição de mais 1.500 vagões e 35 locomotivas.


Em fevereiro de 2024, as empresas Trafigura e as responsáveis pelo complexo Kamoa-Kakula, assinaram na África-do-Sul um acordo com a LAR – Atlantic Lobito Corridor, para transportar minerais. 


O complexo de cobre Kamoa-Kakula, é uma joint venture entre a Ivanhoe Mines e a Zijin Mining,tendo-lhe sido atribuída uma capacidade mínima entre 120.000 a 240.000 toneladas, por ano, de produtos de cobre – blister-ânodo ou concentrado, a partir de 2025, com um compromisso inicial de 10.000 toneladas a serem transportadas em 2024, à medida que o Corredor do Lobito vá incrementando a sua operacionalidade.


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