Na tarde ensolarada de Brasília, dentro de uma sala acadêmica da Universidade de Brasília (UnB), Hitler Samussuku defendeu sua dissertação de mestrado no Programa de Pós-Graduação em Política Social, com especialidade na área de Protestos Sociais. O resultado? Aprovação com distinção.
A banca examinadora, composta por Michelly Ferreira Monteiro Elias, Ruy Llera Blanes e Jorg Nowak, não poupou elogios. Destacaram a qualidade do trabalho, o rigor acadêmico e a profundidade da análise, ao ponto de admitirem que a dissertação não apenas respondia às exigências do mestrado, mas também os enriquecia enquanto pesquisadores. Além disso, o estudo recebeu recomendação para publicação, um feito reservado a pesquisas de alta relevância.
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Para quem acompanhou a trajetória de Hitler Samussuku, esse momento não foi apenas uma conquista pessoal, mas uma resposta histórica. Em 2013, o então presidente de Angola, José Eduardo dos Santos, classificou os jovens activistas como “frustrados que não tiveram sucesso escolar”. Ironia do destino ou prova de resistência? O activista, que outrora foi encarcerado no infame caso 15+2, agora brilha em uma das universidades mais prestigiadas do Brasil, consolidando-se como referência na pesquisa sobre movimentos sociais.
A dissertação de Hitler Samussuku não se destacou apenas pelo conteúdo, mas também pela metodologia inovadora. A banca elogiou a abordagem, especialmente o uso da observação participante, um método em que o pesquisador também é parte do fenômeno estudado. Poucos teriam tanta propriedade para falar sobre protestos sociais quanto alguém que esteve na linha de frente das mobilizações em Angola.
Se há uma lição a tirar desse episódio, é que a repressão pode silenciar vozes momentaneamente, mas não pode deter ideias. Hitler Samussuku, que um dia enfrentou tribunais políticos, hoje é reconhecido por uma banca acadêmica internacional. Se o sistema quis transformá-lo em um exemplo de fracasso, ele reescreveu a narrativa e tornou-se um símbolo de resistência e excelência.
Por *Helvécio Lima Francisco*
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