Quem quer que contratou o trânsfuga Alcídio Gomes para o gabinete de ódio do Presidente João Lourenço com toda a certeza que já chegou à frustrante constatação de que comprou gato por lebre.
O homem não vale absolutamente nada.
É até duvidoso que alguma vez tenha concluído a leitura de um livro de História.
Há poucos dias, exactamente no dia 6, em réplica a um texto da minha autoria, o velho estatelou-se ao cumprido.
Caracterizando-me como um “nefelibata previsível e linear”, Alcídio Gomes entusiasmou-se tanto com a sua estupidez que acabou por situar-me “no nazismo de Adolf Hitler” e acabei comparado “a Enrico Corradini, o precursor do fascismo de Mussolini”, e a “fedor dostoevski como ensaísta do comunismo que pariu Josef Stalin” – assim mesmo, com os nomes do filósofo e romancista russo escritos em letras minúsculas.
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Até agora continuo intrigado: não sei se Alcídio Gomes me toma como um contemporâneo de Hitler.
Também estou por entender a relação que o velho Kuma faz entre Dostoevski e Stalin, sabendo-se que o primeiro morreu em 1881, altura em que o segundo tinha apenas 3 anos. A associação do comunismo a Dostoevski e não a Marx, Engels e Lenin é uma invenção do trânsfuga, que, por certo, nem o Guia Prático da UNITA deve ter lido em condições.
Mas, no velho Kuma não é apenas a leitura que anda atrasada. Nele se destaca, também, a falta de compromisso com a sua própria palavra.
Naquele mesmo dia 6 de Fevereiro, o antigo “comissário politico da UNITA, militar das FALA, companheiro do Chefe do Estado Maior General Valdemar Chindondo e do Chefe do Estado Maior Samuel Sachiambo”, (em que período a UNITA teve à testa do seu exército dois chefes de Estado Maior simultaneamente?) que se disse “enfermo feito prisioneiro domiciliar, agarrado a suportes de vida permanentes” expressou duas ideias que se rechaçam completamente. Numa, assegura que “quanto a si Graça Campos (...) nada do que possa vir da sua parte me incomoda, de invenções e círculos restritos, há muito dei o meu contributo” Noutra, diz precisamente o contrário. “Não vou ficar por aqui, enquanto vislumbrar vendedores dependentes como Graça Campos e outros emissários subversivos, não hesitarei um instante na luta pela minha terra”.
E hoje, 11, apenas 5 dias depois de garantir que nada do que vinha da minha parte lhe incomodava, fez um anúncio solene: “(...) porque não quero que Graça Campos continue a proliferar a sua raiva, e porque sei que tem pouso em Portugal, amanhã mesmo, promoverei uma queixa à Procuradoria Geral da República, por calúnia, insulto e colocação de foto não autorizada no Facebook, eu não vegeto na selva onde se arrastam os vermes como Graça Campos”.
Ainda bem que o antigo homem de mão de Jonas Savimbi quer tudo em pratos limpos. Em tribunal veremos quem, durante anos seguidos, agrediu quem.
Em tribunal também ficará esclarecido quem é avençado de quem.
Mas enquanto não chega a hora da verdade, quem recrutou o velho mercenário já percebeu o logro em que caiu.
Kuma Gomes ainda não foi dispensado, por defraudar as expectativas, porque a sua cláusula de rescisão deve ser alta.
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