RDC: líder rebelde diz que sanções e acordo com EUA não param os combates

 


O líder rebelde que mantém um violento conflito armado no leste da República Democrática do Congo garantiu que as sanções internacionais e o acordo sobre minerais proposto por Kinshasa aos EUA, em busca da paz, não param os combates.

 

"Lutaremos como quem não tem nada a perder para garantir o futuro do nosso país", disse, em entrevista à agência Associated Press, Corneille Nangaa, líder da Aliança do Rio Congo que inclui o grupo rebelde M23 apoiado pelo Ruanda.

 

Nangaa e outros dirigentes rebeldes são alvo de uma recompensa de 5 milhões de dólares, colocada contra si, pelo Governo da República Democrática do Congo (RDCongo).

 

O líder rebelde rejeitou os comentários feitos na semana passada pelo Presidente democrático-congolês, Felix Tshisekedi, de que o seu país – cujos recursos minerais são essenciais para grande parte da tecnologia mundial – está à procura de uma parceria mineral com os Estados Unidos da América (EUA).



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O Governo dos EUA não se pronunciou publicamente sobre qualquer acordo desse tipo, que, segundo observadores locais, poderia ser semelhante à recente oferta da administração Trump à Ucrânia para ajudar a pôr fim à guerra com a Rússia.

 

"Este problema pode ser mais bem resolvido pelos democrático-congoleses interessados, não por estrangeiros com diferentes agendas geopolíticas", salientou Nangaa na entrevista.

 

"Tentar subornar com minérios pode minar a credibilidade dos EUA", frisou.

 

O líder rebelde também rejeitou o resultado da reunião da semana passada, em Doha, entre os Presidentes da RDCongo e do Ruanda, sob mediação do emir do Qatar, afirmando que tal tentativa de alcançar a paz sem o envolvimento do seu grupo fracassaria.

 

Segundo ele, os rebeldes só podem dialogar com o Governo de Kinshasa se este reconhecer as suas queixas e as causas profundas do conflito.

 

"Tudo o que diz respeito a nós e que é feito sem nós, é contra nós", disse Nangaa.

 

A reunião de Doha ocorreu no mesmo dia em que estava previsto o início de um diálogo de paz directo entre a RDCongo e o M23 em Angola, também um país mediador, mas que não se realizou depois de o grupo rebelde ter cancelado a sua participação na sequência da imposição de sanções contra alguns dos seus dirigentes pela União Europeia.

 

Angola anunciou esta Segunda-feira que o seu líder e presidente em exercício da União Africana, João Lourenço, se vai retirar como mediador principal para se concentrar na paz e segurança gerais de África.

 

Também esta Segunda-feira, o M23 disse que a retirada planeada da cidade estratégica de Walikale, que os rebeldes capturaram na semana passada, está atrasada porque as forças governamentais ainda estão alegadamente posicionadas na área com 'drones' [aparelhos aéreos não-tripulados] de ataque.

 

O porta-voz do M23, Lawrence Kanyuka, disse que a sua presença "compromete" as iniciativas de paz.

 

A manutenção de Walikale dá aos rebeldes o controlo de uma estrada que liga quatro províncias do leste do Congo – Kivu do Norte, Kivu do Sul, Tshopo e Maniema –, cortando efectivamente as posições do exército democrático-congolês.

 

Desde a escalada do conflito em Janeiro, mais de 850 mil pessoas foram deslocadas só no Kivu do Sul, segundo o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

 

Além disso, os combates em Goma (capital do Kivu do Norte) e arredores fizeram mais de 8500 mortos desde Janeiro, segundo afirmou, no final de Fevereiro, o ministro da Saúde Pública democrático-congolês, Samuel Roger Kamba.

 

O M23, um grupo constituído principalmente por tutsis vítimas do genocídio ruandês de 1994, retomou a actividade armada na província em Novembro de 2021 com ataques relâmpagos contra o exército democrático-congolês.

 

Desde então, tem avançado em várias frentes, fazendo temer uma possível guerra regional.

 

Desde 1998, o leste da RDCongo está mergulhado num conflito alimentado por milícias rebeldes e pelo exército, apesar da presença da missão de manutenção da paz da ONU (Monusco).

Lusa


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