Como a IECA, uma igreja histórica foi capturada pela política?

 


A Igreja Evangélica Congregacional em Angola (IECA), uma instituição centenária que já foi símbolo de educação de excelência e pilar na luta pela libertação de Angola, hoje agoniza sob o peso da partidarização descarada e da corrupção moral, que vem sendo denunciada por vários líderes sóbrios. 

A mesma IECA que, antes da independência, formou nas suas missões evangélicas homens e mulheres que mudariam a história do país, agora vê o seu legado ser vendido, de forma vergonhosa, a interesses políticos.

O caso da Lunda Sul é um retrato cruel da nova realidade. Ambrósio Miguel, um jovem militante activo do comité provincial do MPLA, tornou-se líder administrativo da IECA na região. Hoje, os altares da igreja, que deveriam ser exclusivos para a pregação da Palavra de Deus, são palanques silenciosos da propaganda partidária. Enquanto isso, fiéis ligados à UNITA, mesmo com uma vida cristã exemplar, são barrados de liderar ou até mesmo de pregar.


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Esse abuso não é casual: é fruto de uma estratégia bem montada. Nos últimos anos, o governo ofereceu à IECA uma universidade, viaturas, tratores e injetou cerca de centenas de milhões de kwanzas em apoios financeiros. A troco de quê? Da sua alma. A liderança da igreja, agora vergada a esses favores, perdeu qualquer condição de afirmar neutralidade.

Não bastasse o comportamento vergonhoso no dia a dia, o processo eleitoral que escolheu o novo Secretário-Geral da igreja foi manchado por denúncias graves de fraude. Compra de votos (há testemunhas), intimidação de delegados foram práticas denunciadas e ignoradas pela comissão eleitoral. Um escândalo que, em qualquer igreja verdadeiramente comprometida com princípios cristãos, teria levado à anulação do pleito e à responsabilização dos culpados.

A indignação tomou tal proporção que a liderança da UNITA foi obrigada a apresentar, nos últimos tempos, protestos formais junto à direcção da IECA, denunciando a perseguição e a violação dos princípios de neutralidade. Só pra se ter uma ideia, o líder da UNITE não consegue uma audiência com o líder da IECA. A resposta da liderança? Silêncio e desprezo. A cartilha interna da IECA, que proíbe claramente a actividade político-partidária em nome da instituição, foi rasgada e jogada no lixo.

Esta não é a igreja pela qual os missionários evangélicos lutaram. Esta não é a igreja que ergueu escolas, hospitais, e moldou líderes para a liberdade de Angola. Esta é uma sombra triste, dominada pelo medo, pela ganância e pela dependência.

A missão histórica da IECA sempre foi clara: evangelizar, educar, servir — não ser instrumento de um partido político. Cada oferta milionária recebida em troca de lealdade partidária é uma traição à memória dos que fundaram a instituição e dos que, ao longo de décadas, defenderam com coragem os valores da liberdade, da justiça e da fé.

Se nada for feito, a IECA corre o sério risco de desaparecer enquanto instituição respeitável. Continuará a existir fisicamente, talvez com templos cheios, mas vazia de espírito, vazia de respeito, vazia de relevância moral. E os que hoje negociam a sua honra ficarão marcados na história como os coveiros de um dos maiores legados do protestantismo em Angola.

Para o povo de fé, para os pastores e membros que ainda respeitam a Bíblia e a história da igreja, é hora de resistir. É hora de dizer basta. A IECA não é, e nunca deveria ser, propriedade de partidos políticos. Ela pertence a Deus e ao povo de Angola.


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