Ex-Chefe da contra espionagem reforça GEAE



João Maria de Freitas Neto, antigo Director Nacional Contra Espionagem do Serviço de Inteligência e Segurança do Estado, foi citado numa detalhada “due diligence” sobre a política angolana como uma das personalidades que estará em comissão de serviço a prestar assistência ao Gabinete de Estudos e Análises Estratégicas (GEAE). A sua "indicação" é vista como destinada a  potenciar as actividades do GEAE, especialmente nas áreas de segurança nacional e desenvolvimento estratégico.


Formado em Direito e com uma carreira de destaque na secreta doméstica, Freitas Neto é um alto funcionário que integrou a rede consular de Angola no Brasil. Como Director da Contra-Espionagem, foi responsável, em 2010, pela desactivação de uma rede liderada por um cidadão palestiniano, Hamedo Jaraman, envolvido na falsificação de documentos oficiais em Angola, que operava no bairro Cassenda e representava uma ameaça à soberania nacional. A operação revelou a conivência de funcionários seniores do SME e de outros estrangeiros, resultando na expulsão de várias figuras por práticas ilegais relacionadas com imigração.

 


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O GEAE actua como um órgão de apoio ao Presidente da República, operando sob a tutela da Casa Militar. Este gabinete resulta da fusão entre o Gabinete de Acção Psicológica e Informação da Casa de Segurança e o Gabinete de Estudos Estratégicos. Sob a direcção de Ernesto Manuel Norberto Garcia, o GEAE tem como missão principal fornecer assistência técnica ao Titular do Poder Executivo em áreas como segurança nacional, manutenção da paz e tranquilidade pública, além de promover o resgate de valores morais e cívicos na sociedade angolana.

 

Apesar do seu papel estratégico, o GEAE tem sido alvo de críticas, especialmente por parte de partidos da oposição, como a UNITA. A principal acusação é de que o gabinete estaria a ser utilizado pelos Serviços de Inteligência e Segurança do Estado (SINSE) para orquestrar campanhas de desinformação contra líderes opositores e membros da sociedade civil. Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, denunciou que o governo criou uma “task force” operacionalizada pelos serviços de inteligência, incluindo o GEAE, para intensificar ataques contra o partido e os seus membros. Segundo ele, esta estrutura estaria a disseminar “fake news” e a fomentar discórdia e ódio entre os angolanos.

 

O porta-voz da UNITA, Marcial Dachala, já chegou a comparar o GEAE a estruturas utilizadas por regimes totalitários, sugerindo que a sua existência representa uma ameaça ao Estado democrático.

 

As reservas em relação ao GEAE não se limitam aos partidos da oposição. A nível da sociedade, surgiram alegações de que recursos financeiros do Fundo de Apoio ao Desenvolvimento Agrário (FADA) estariam a ser utilizados para financiar actividades de activistas críticos ao governo, supostamente com o objectivo de silenciar a oposição. Norberto Garcia, director do GEAE, foi acusado de reunir activistas e oferecer benefícios, como automóveis de luxo e habitações em condomínios de alto padrão, em troca de apoio político.

 

De forma geral, a sociedade civil tem manifestado preocupações sobre a transparência e a ética das operações do GEAE. Organizações não governamentais e activistas sociais questionam a legitimidade do uso de recursos públicos para influenciar a opinião pública e moldar narrativas políticas. Há um apelo crescente por maior fiscalização e responsabilização das acções deste gabinete, com o objectivo de garantir que os fundos públicos sejam utilizados de forma justa e em conformidade com os princípios democráticos.

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