Ruas esburacadas, bairros mergulhados na escuridão e a ausência de serviços básicos simbolizam o quotidiano dos moradores da Kizanga e Catepa, na cidade de Malanje. Apesar de a província ter uma dotação orçamental de 259.740.561.952,00 kwanzas no OGE 2025 — o equivalente a apenas 0,75% do bolo nacional — muitos programas constam no plano, mas poucos saem do papel.
À frente da governação está Marcos Alexandre Nhunga, alvo de críticas crescentes, inclusive dentro do próprio MPLA, segundo constatou O Decreto, em Malange, mas não é exonerado pelo Lourenço.
Com a perda de dois deputados nas últimas eleições, o partido no poder conta agora com apenas três deputados em Malanje e prevê-se perder ainda mais — uma realidade inédita desde a institucionalização da República de Angola.
A gestão de Nhunga é descrita como fraca, sem impacto real na vida dos cidadãos, e incapaz de mobilizar confiança tanto no seio da população quanto entre quadros influentes do MPLA em Malange. Ainda assim, a sua permanência no cargo parece ser garantida por um escudo invisível: a proteção do Presidente João Lourenço.
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Recorda-se que, a memória política de Malanje guarda um episódio marcante de rejeição popular. Em 2002, o então Presidente José Eduardo dos Santos foi confrontado com uma multidão que, em vez de aclamação, ofereceu protestos e pedras. A tribuna presidencial foi apedrejada e o governador da altura, Flávio João Fernandes, impedido de discursar. Em coro, os populares gritavam para que o Presidente levasse consigo o seu “cágado” — forma depreciativa com que se referiam ao governador, o que pode voltar a acontecer.
Esse episódio ficou gravado como o grito de uma província esquecida, que, mais de duas décadas depois, continua à espera de líderes comprometidos com o desenvolvimento local.
De Cabinda a Malanje: uma travessia sem brilho
Marcos Nhunga, natural de Cabinda, já enfrentava desgaste político quando saiu de Cabinda, onde também governou entre 2019 e 2022. A sua chegada à província de Malange não foi acompanhada de entusiasmo popular. Pelo contrário, sua gestão tem sido classificada como desarticulada e distante do povo.
Até mesmo entre militantes históricos do MPLA, cresce a perplexidade com a decisão do Presidente João Lourenço de manter à frente da província figuras com fraca aceitação local. Tentamos sem sucesso ouvir Marcos Nhunga e a pergunta permanece no ar – “Por que Marcos Nhunga é protegido por João Lourenço?”
O Decreto
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