CARTA PÚBLICA À EXMA. SENHORA GOVERNADORA DA PROVÍNCIA DO BENGO

 


Excelentíssima Senhora Governadora

Maria António Nelumba

Bengo

Luanda, 12 de Maio 2025

Assunto: Apelo à Sensibilidade e ao Compromisso com os Direitos Fundamentais

Excelentíssima Senhora Governadora,

Dirijo-me a Vossa Excelência com o respeito que o seu cargo exige, mas também com a dor e a inquietação que me invadem como cidadã, mulher, mãe, avó e servidora pública, ao tomar conhecimento do sucedido no recente episódio de repressão a cidadãos que, em pleno exercício do seu direito constitucional à reunião pacífica, foram vítimas de agressão por forças sob orientação do Governo Provincial.

De acordo com a Constituição da República de Angola, no seu artigo 47.°, todos os cidadãos têm direito à reunião e manifestação pacífica (vigilia).Este direito não deve ser entendido como uma afronta ao poder, mas sim como uma expressão legítima de cidadania activa e compromisso com a pátria. 

Num Estado Democrático de Direito, o poder político deve garantir a liberdade de expressão e não temer a voz do povo.


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Infelizmente, no episódio ocorrido, mais de 20 cidadãos — entre mulheres e,jovens e até idosos foram feridos por se terem reunido em uma vigilia em homenagem ao patron do grupo paralamentar da UNITA ex-Deputado Manuel Raul Danda,para reivindicar dois pilares fundamentais da democracia: a liberdade de imprensa e a verdade eleitoral.

Como mulher e líder, apelo à sua consciência humana e sensibilidade feminina. Nenhum poder vale mais do que a dignidade de um ser humano.

Permita-me, sinceramente em jeito de reflexão, dirigir-me não apenas à governante, mas à mulher, à mãe, à avó — e talvez à cristã — que também existe em si:?

Que sentimento lhe despertaria saber que entre os agredidos estiveram mulheres, jovens e até idosos - como aquele que, após inalar o gás lacrimogéneo, sofreu um AVC e cuja a saúde neste momento inspira cuidados? E se fosse seu pai, seu avô ou algúem da sua família?

Senhora Governadora, o seu papel é nobre. O país precisa de líderes que escutem, que curem, que promovam a justiça e que edifiquem uma sociedade mais equitativa, livre e segura para todos.

A força não se mede pela repressão, mas pela capacidade de transformar o conflito em diálogo, e a tensão em reconciliação.

Por isso, em nome da paz, da verdade e da dignidade humana, venho apelar a que

Vossa Excelência:

1. Promova um inquérito transparente sobre os factos ocorridos;

2. Assegure o tratamento digno e a reparação dos feridos;

3. Reafirme publicamente o compromisso com os direitos fundamentais consagrados na Constituição.

Que o exercício do poder seja sempre guiado pela justiça, pela compaixão e pelo respeito aos valores humanos.

Espero que a sua liderança se reoriente pelos valores da Constituição, da empatia, da paz social e não pelo medo ou pelo autoritarismo,

Pelo respeito aos direitos humanos, pela dignidade do povo angolano, pela memória das mulheres que sempre cuidaram, protegeram e construíram.

Na esperança de que este apelo encontre eco na sua consciência e responsabilidade

institucional.

Com elevada consideração,

Amélia Ernesto

Deputada & Coach


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