Crítica ao Governo do MPLA- José Cabanga


 O MPLA, partido que há décadas governa Angola, tem diante de si uma responsabilidade histórica e uma oportunidade que pode ser única: justificar, com ação concreta, a confiança que o povo angolano ainda lhe concede. Governar não é simplesmente ocupar o poder, é responder com seriedade e competência às necessidades mais básicas da população. É ouvir os sinais do povo — e eles são claros.


A paciência dos angolanos está a esgotar-se. A cada eleição, os discursos são promissores, mas o povo já aprendeu que palavras sem ação são apenas ruído. Angola continua mergulhada em profundas desigualdades sociais. Milhares de cidadãos enfrentam diariamente a dura realidade da fome, do desemprego, da falta de acesso à saúde, à educação e ao saneamento básico. Não há mais espaço para distrações, nem tempo para estratégias políticas vazias. O povo quer resultados.


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O MPLA está sentado à mesa com a faca e o garfo na mão: tem os instrumentos do poder, tem os recursos, tem a estrutura. Mas o que fará com isso? Se não souber usar com sabedoria, respeito e foco no bem comum, essa oportunidade pode ser a última. O povo angolano está a evoluir politicamente. Já não se deixa manipular com tanta facilidade. Observa, questiona, exige. Está cada vez mais consciente de que o poder emana do povo e é o povo quem decide com quem deve contar para ser governado.


Ignorar esses sinais pode ser um erro irreversível. O descontentamento cresce, o desencanto aprofunda-se. O povo já não quer promessas, quer comida na mesa, quer trabalho digno, quer hospitais que funcionem, escolas de qualidade, ruas limpas e água potável nas torneiras. Quer dignidade.


Ao MPLA, resta uma escolha: ouvir o clamor popular, corrigir o rumo e governar de verdade — com o povo e para o povo — ou perder para sempre a confiança de uma nação que já não aceita mais ser deixada para depois. Angola está a mudar, e quem não mudar com ela, ficará para trás.


José Cabanga, militante do MPLA no município do Rangel


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