O problema não está na supressão ou não das actas-síntese. O problema está na falta de credibilidade do processo eleitoral em Angola - pelo menos por uma grande parte dos eleitores angolanos, e não só. Quando fui comentador-TPA para as Eleições Gerais de 2022 - e ainda bem que há registos que provam isso -, chamei atenção à CNE, como instituição pública, no sentido de passar a publicar no seu site as contagens parciais das assembleias de voto, de forma que qualquer cidadão angolano pudesse pegar numa máquina calculadora e fazer o somatório dos votos e, com isso, ninguém mais duvidaria da transparência no processo de contagem dos votos.
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Se hoje o argumento é "minimizar esforços", suprimindo actas-síntese, o que provoca ainda mais ruídos do que no passado, não me parece esforço nenhum se a CNE fizesse tudo para mostrar que é uma instituição pública (credível, portanto), publicando no seu site os resultados parciais das assembleias do voto de todo o país. Não custa nada. Contou, publicou no site. Aliás, os órgãos de comunicação social deviam depender desta publicação oficial no seu site. Qualquer um de nós podia ir lá espreitar no site da CNE para ver quem está à frente, parcialmente, até à contagem final.
É preciso perceber que as instituições públicas têm a obrigação de ser credíveis, a favor do Estado (de todos os angolanos). Se as instituições públicas não estiverem ao serviço público - este é, para mim, dos maiores problemas deste país -, são qualquer coisa menos "instituições públicas". Instituição pública que não está ao serviço público deve ser extinta. Não serve. A CNE precisa de mostrar ao país ser uma instituição pública, ponto final parágrafo.
Estou de volta.
Por: Carlos Alberto (Jornalista-Recluso, Pós-Graduado em Retrocesso Mental na Comarca de Viana, e Director do Portal "A DENÚNCIA")
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