Separam-nos 38 anos da tão propalada África sonhada eprojectada na famosa “Agenda 2063” da União Africana, tendocomo inspiração o Pan-Africanismo. Quem viver, verá e, comcerteza, confirmará esta grande ambição que mais parece umfilme de ficção.
Não que eu não acredite na capacidade de realização do povoafricano, mas, e sobretudo, porque a referida Agenda cheia deObjectivos, Pilares, Programas e Aspirações, mais parece uma“cópia e cola” de programas de outras paragens e de outrasrealidades que pouco ou nada se compadecem com a nossa.Muita teoria, pouca prática; este é o mal de que, infelizmente,padecemos.
Se William Du Bois e outros líderes que se lhe seguiram, comoKwame Nkrumah, Ahmed Sékou Touré e Thommas Sankara, noseu tempo, conseguiram trazer a África para os debates a nívelmundial e, consequentemente, criar condições favoráveis para oprocesso de autodeterminação e independência política do seupovo, a continuação da luta contra todo o tipo de desigualdades,ficou muito aquém das expectativas.
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Os africanos deveriam ter uma África livre da fome, livre damiséria, livre de penúria, livre do desespero, livre da falta decondições de saneamento básico, livre da educação precária e,em alguns casos, sem qualidade. Os africanos (sobretudo osjovens), deveriam ter uma África em que não seria necessárioarriscar as sua vidas, atravessando canais e mares à revelia, àprocura de melhores condições de vida em outras paragens domundo.
Os africanos merecem uma vida condigna; os africanosmerecem respeito por parte dos seus governantes; os africanosmerecem um continente que não sirva apenas de fonte derecursos naturais e matéria prima para a produção de bens, noestrangeiro, e que voltam para a África a preço de ouro.
Mas, infelizmente, os africanos vivem numa África onde o seusonho vai-se desvanecendo cada vez mais e à medida que nosafastamos da fundação da OUA que, mal ou bem, cumpriu a suamissão, hoje substituída pela UA que parece ter estagnado notempo, enfarinhada em projectos megalómanos, cujaconcretização na vida dos cidadãos é, visivelmente inexistente.
Afinal de contas, o que nos falta para termos uma África quedefende os interesses dos africanos e que não deixa os seusfilhos em segundo plano, à mercê da sua própria sorte?
A África só deixará de ser um sonho e só poderá se reencontrara partir do momento em que os africanos deixarem de ser umassunto secundário e constituírem a prioridade dos seusgovernantes que fazem da sua função, uma eterna profissão,acomodando-se nos seus aposentos palacianos.
O mais certo é que o “viajante mor,” novo inquilino e anfitriãoda Sede da União Africana, parece mais preocupado emcompletar a sua tournée pelo mundo, antes de abandonar oPalácio, do que propriamente em contribuir para a resolução dosproblemas que afectam a África e os seus habitantes.
Que este 25 de Maio de 2025 sirva de reflexão, para que osafricanos não se regozijem e não se conformem apenas emfestejar a data com fanfarra, trajos africanos exuberantes, pompae circunstância, ouvindo discursos que não resolvem os seusproblemas e que não matam a fome. Que comecem a desafiar asua própria capacidade de inspirar, de realizar, de agir e detransformar vidas.
A África é muito mais do que discursos sonantes; a África émais do que um sonho e a África é muito mais do que umsimples continente.
A África é o pulsar de um sentimento de pertença; a África é arevelação daquilo que é comum e ao mesmo tempo, diferente; aÁfrica é um misto de partilha e solidariedade; a África é fontede conhecimento e inspiração. A África é, na verdade, aquiloque cada um de nós traz consigo e faz com que tenhamos estacapacidade de resiliência e não desistência, mesmo emmomentos mais conturbados.
Não nos acomodemos e não nos conformemos; pois, ocomodismo e o conformismo sempre foram inimigos damudança.
Africanos e Africanas: Façamos da África, um lugar onde osnossos filhos e netos possam viver e ter referências daquilo quenós fizemos de melhor para a sua continuação. As gerações quevêm depois de nós deverão se orgulhar da nossa passagem poreste continente que é o símbolo e berço da HUMANIDADE.
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