Um pouco de filosofia sobre a angolanidade- Marcolino Moco

 


Há algumas correntes de pensamento, maioritariamente subliminares, algumas vezes, porém, preocupantemente ostensivas, que procuram estruturar a angolanidade na base de critérios que considero cientificamente falsos e, sobretudo, passíveis de serem aproveitados por pescadores em águas turvas. Estes que todos os dias nos assassinam instituições a favor de grupos que consagraram o seu golpe jurídico-constitucional, em 2010. Eles, os que sem qualquer peso na consciência, ainda hoje preparam instrumentos jurídicos – não sabíamos que ainda haveria espaço para o fazerem – que vão tornar ainda mais irrelevantes as eleições de 2027. Se é que as querem, tão provocatórias são as acções e antecipadas as formas de repressão contra direitos, liberdades e garantias. Para mero exemplo, prendem e mandam julgar jovens que ontem foram incentivados a ficar, porque têm boca para falar aqui, só porque tentaram uma manifestaçãozinha sobre seus direitos?

Tudo isso a propósito de uma entrevista que ouvi, há dias, numa rádio, a um teólogo que se supõe pan-africanista, a afirmar com todos os dentes, que o Deus dos africanos se exprime na língua kigongo, apelando, claramente, para a menor africanidade e angolanidade dos que a não falam ou a não saibam interpretar. Recordou-me “historiadores” que, semelhantemente e ao invés, nos querem devolver a uma exclusiva ancestralidade “dongo-ngola” ou a uma subordinação à teoria de números, entre alguns supostos “filósofos” pró-maioria relativa ovibundo.


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A minha tese é a que segue. Próxima da que foi adoptada pelos fundadores da Angola política moderna: Holden Roberto, Agostinho Neto e Jonas Savimbi.

Se é que todos concordamos com a Angola das fronteiras que hoje defendemos, não definamos a angolanidade ou mesmo africanidade de quem quer que seja, pela língua e cultura que fala e ou domina; pela religião endógena ou exógena consagradas que professa ou não. E nunca pela cor que se ostenta, na epiderme. Na maioria esmagadora dos casos, aqui o livre-arbítrio não funcionou, porque não houve oportunidade para escolhermos. 

Angola e angolanidade são entidades que estamos a construir em direcção ao futuro. E não sobre passados que nos possam dividir e abrir alas para aqueles que não querem a consolidação das instituições que nos sirvam a todos, nas nossas inevitáveis diferenças.


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