Na sexta-feira 18, o Presidente da República de Angola, João Lourenço, conferiu uma condecoração a título póstumo ao general Carlos Oliveira Madaleno, em uma cerimônia que marcou as celebrações dos 50 anos da Independência do país. A homenagem destaca a trajetória de Madaleno, um dos importantes protagonistas da luta pela liberdade de Angola.
Carlos Madaleno, que começou sua carreira na antiga Câmara de Luanda como fiscal do mercado do Kinaxixi, foi uma figura influente na periferia de Luanda, especialmente no bairro do Rangel. Seu legado é notável, tendo participado ativamente na organização de movimentos que, após o "25 de Abril", contribuíram para a aceitação do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA).
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Em 1974, a convite do líder Agostinho Neto, Carlos integrou um grupo de nacionalistas que viajou a Lusaka, Zâmbia, para o primeiro congresso do MPLA. Durante essa viagem, teve a oportunidade de conhecer outros líderes nacionalistas e se engajar em iniciativas que visavam a alfabetização e a criação de postos médicos nas comunidades.
Após os acordos de Alvor, Madaleno foi uma das figuras que recebeu Agostinho Neto no aeroporto de Luanda, quando este retornou do exílio. Com a declaração da Independência de Angola, Carlos, conhecido como "comandante Madaleno", juntou-se a grupos armados que lutaram para garantir que Luanda permanecesse sob o controle do MPLA.
Ao longo dos anos, Madaleno manteve uma proximidade com Agostinho Neto e outros líderes, refletida em várias imagens históricas. Na década de 1990, afastou-se da política ativa para se dedicar ao setor empresarial, fundando o grupo Maravilha, que se destacou com a famosa pastaria Maravilha, localizada no histórico mercado do Kinaxixi.
Carlos de Oliveira Madaleno faleceu em 16 de fevereiro de 2022, em Lisboa, vítima de doença. A condecoração foi recebida por seu filho primogénito, Álvaro Madaleno Sobrinho, a pedido de sua viúva, Generosa Madaleno. Álvaro tem seguido os passos do pai, continuando seu legado empreendedor e filantrópico. Notavelmente, durante a pandemia da COVID-19, ele apoiou 13 províncias de Angola com doações de bens essenciais, perpetuando a marca solidária que Carlos Madaleno deixou.
Essa homenagem a Carlos Madaleno não é apenas um reconhecimento de sua contribuição à luta pela independência, mas também um tributo à sua influência duradoura nas gerações mais jovens de angolanos.
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