Carta Aberta ao Excelentíssimo Senhor Presidente da República de Angola
Luanda, 27 de Julho de 2025
Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
João Manuel Gonçalves Lourenço,
Com o mais profundo respeito que se reserva ao mais alto magistrado da Nação, venho por esta via apelar não apenas à figura institucional que representa, mas ao homem, ao cidadão, ao angolano que conhece de perto as dores de um povo que luta, resiste, e espera por dias melhores que teimam em não chegar.
Senhor Presidente, Angola vive tempos difíceis. Não é preciso recorrer a relatórios, gráficos ou discursos para ver a degradação do nível de vida da maioria dos angolanos. Ela sente-se na ausência do pão à mesa, na incerteza do emprego, no desespero do jovem que estuda sem esperança e do trabalhador que já não consegue sustentar a sua família. Ela vê-se nos hospitais sem medicamentos, nas escolas sem recursos, nas ruas sem segurança.
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A crise económica prolongada, agravada por dívidas internas que o Estado mantém com empresas privadas está a sufocar o sector produtivo nacional. Empresas encerram portas todos os dias, empregos perdem-se sem que haja substituição, e o sonho de um país economicamente sustentável vai-se tornando miragem. Muitos destes empresários, que outrora acreditaram na promessa de uma Angola Nova, vivem hoje no limite da sobrevivência, sem capital para operar, sem confiança no futuro, esperando por pagamentos que tardam.
É neste cenário que a esperança precisa de gestos concretos, humanos e próximos. Recentemente, por ocasião das suas intervenções na Assembleia da República em Lisboa, muitos compatriotas angolanos presentes aguardavam ansiosamente uma saudação calorosa, uma palavra de proximidade, talvez até um aperto de mão. No entanto, o gesto ficou distante e com ele também a perceção de que, mais uma vez, o povo foi visto, mas não sentido.
Sabemos que liderar uma nação não é tarefa fácil. Reconhecemos as adversidades, internas e externas, com que a governação se depara. Mas também sabemos que a liderança verdadeira se mede não apenas pela força das decisões, mas pela grandeza da empatia.
Senhor Presidente, ainda vai a tempo. A história não está escrita até ao fim. Ainda pode escolher estar mais próximo do seu povo, ouvir com mais atenção, sentir com mais profundidade. Ainda pode corrigir rotas, resgatar a esperança, e mostrar que governa com o coração, não apenas com decretos.
Esta carta é um apelo, mas também é uma prova de fé: fé de que ainda é possível fazer diferente. E melhor. Pelo bem de Angola. Por respeito à sua gente.
Com consideração e esperança renovada,
Luís de Castro,
em nome de muitos que não têm voz, mas têm alma.
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