Filho de Nito Alves Acusa José Eduardo dos Santos de Ser o 'Bufu' do 27 de Maio de 1977



Em uma entrevista recente que reacendeu o debate sobre um dos períodos mais sombrios da história de Angola, Mufuma Dala, filho do falecido líder Nito Alves, fez declarações contundentes, acusando o ex-Presidente José Eduardo dos Santos (JES) de ter sido o "bufu" (informante/traidor) por trás dos eventos de 27 de Maio de 1977. Dala não só responsabiliza JES pela morte de seu pai, como também descreve seu governo subsequente como um período de "desgoverno" e "assassinatos."


"Quem contribuiu na morte do meu pai é Zé Eduardo. Ele é o bufu do 27 de Maio," afirmou Mufuma Dala na entrevista. Segundo ele, José Eduardo dos Santos foi a figura central que "bufou" (denunciou/traiu) os envolvidos no alegado golpe, resultando na perseguição e execução de milhares de pessoas, incluindo Nito Alves.


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Dala apresentou uma versão detalhada sobre a transição de poder após a independência. Ele alegou que o primeiro Presidente de Angola, Agostinho Neto, já doente e prevendo sua morte, teria tentado passar o poder a Lopo do Nascimento (referido por Dala como "Lukoki," ex-ministro da Educação, embora Lopo do Nascimento tenha sido Primeiro-Ministro). Dala afirmou que Lopo do Nascimento recusou a oferta, argumentando que o povo não o entenderia por falar francês e lingala, e que ele preferia ter conselheiros. Foi nesse cenário, segundo Dala, que Agostinho Neto teria passado o poder a José Eduardo dos Santos, que "encontrou a escrita" (o plano de sucessão) já preparada. Dala sugeriu que, se Lopo do Nascimento tivesse aceitado, o país teria tomado um "outro rumo."


Ainda sobre o 27 de Maio, Mufuma Dala reiterou que, quando JES "bufou," Agostinho Neto não o deixou entrar no Futungo (Palácio Presidencial), e JES teria sido "guardado" na casa de um "senhor." Após esse período, JES teria assumido o poder e, na visão de Dala, desgovernou o país. "Zé Eduardo tornou-se feroz também, como Agostinho Neto," disse Dala, acrescentando que o governo de JES foi marcado por "desorganização" e "assassinatos." Ele citou o caso de um general que foi "atirado à vista" no Miramar por defender as tropas, alegando que a ordem veio de JES e Lopo do Nascimento. "Quem defendesse ou fosse a favor dos angolanos era problema, mandava tirar," afirmou Dala.


Em uma das suas alegações mais controversas, Mufuma Dala afirmou que José Eduardo dos Santos "não é angolano," mas sim de São Tomé, com ligações à "família Vandunem." Ele concluiu que o país não tem "boas recordações" do governo de José Eduardo dos Santos, mencionando os filhos que "desapareceram" no país.


Os eventos de 27 de Maio de 1977 referem-se a uma alegada tentativa de golpe de Estado em Angola, liderada por Nito Alves, então Ministro da Administração Interna. A repressão subsequente, conhecida como "fraccionismo," levou à execução e desaparecimento de milhares de pessoas. José Eduardo dos Santos assumiu a presidência após a morte de Agostinho Neto em 1979, governando Angola por 38 anos. As alegações de Mufuma Dala representam uma perspectiva particular sobre esses eventos históricos complexos e são parte de um debate contínuo sobre a verdade e a reconciliação em Angola.

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