Na tarde de sexta-feira, 8, publiquei, na minha conta e página pessoal do Facebook, o artigo intitulado “QUEM MANDA REALMENTE NA AGITAÇÃO EM ANGOLA?”, questionando a veracidade das alegações feitas num texto que viralizou nas redes sociais, assinado por Anselmo Agostinho, sobre uma alegada rede russa de manipulação política e financiamento à subversão no nosso país.
Horas depois, o Serviço de Investigação Criminal (SIC) divulgou duas notas oficiais, confirmando a detenção de cinco cidadãos — três angolanos e dois estrangeiros “supostamente russos” — acusados de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo.
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O Anselmo é do SIC?
As duas notas do SIC vieram “legitimar” as alegações gravíssimas de Anselmo Agostinho. Segundo o SIC, os detidos integravam uma estrutura que “promovia instabilidade, recorrendo a plataformas digitais, campanhas de desinformação, manipulação política e financiamento de manifestações nas províncias de Luanda e Benguela”. Foram apreendidos computadores, discos externos, cartões SIM, pen drives, documentos e valores monetários em kwanzas, dólares e rublos — o que, por si só, já bastaria para acender alarmes diplomáticos.
Os estrangeiros detidos são: Ígor Racthin (38 anos) e Lev Lakshtanov (64 anos) — ambos identificados como cidadãos “supostamente russos”.
Mas será que o Estado angolano acredita na gravidade do que o SIC está a comunicar? Se sim, por que razão um assunto com este grau de sensibilidade internacional é tratado apenas por notas à imprensa — secas, frias e sem rosto?
Num caso desta dimensão, o mínimo exigível é uma conferência de imprensa com perguntas livres, envolvendo representantes da Procuradoria-Geral da República, do SIC, do Ministério do Interior e do Ministério das Relações Exteriores.
A Rússia já foi oficialmente notificada? Já reagiu? O SIC deteve dois cidadãos russos — mesmo com o “supostamente” —, acusando-os de pertencerem a uma rede internacional de ingerência política e subversão em Angola. Se este é o quadro, estamos perante um incidente diplomático grave, com potencial para afectar as relações bilaterais entre Luanda e Moscovo.
Quarenta e oito horas depois, não há uma reacção oficial do Governo angolano? Por que razão o Presidente da República ainda não se pronunciou sobre um caso com esta dimensão geopolítica? É normal?
E há um raciocínio que não pode ser evitado: se o Estado angolano já dispunha — como o próprio SIC dá a entender — de dados concretos sobre ingerência externa, campanhas digitais orquestradas e planos de subversão, então a Polícia Nacional falhou gravemente no seu papel preventivo.
Se já havia investigação em curso, a falha da PN, do Ministério do Interior e do SINSE é ainda mais gritante. Como se explica que, com informações privilegiadas de segurança, se tenha permitido que estabelecimentos comerciais fossem invadidos, que vidas fossem ceifadas e que o país entrasse num clima de pânico?
Ou há elementos infiltrados na Polícia Nacional, no Ministério do Interior e no SINSE — que também deverão ser detidos —, ou houve negligência criminosa de quem tinha a obrigação de prevenir.
E mais: como se justifica que o ministro do Interior, que recebe dados do SIC, tenha permitido distúrbios que obrigaram o Estado a disponibilizar 50 mil milhões de kwanzas de crédito bancário — dinheiro que poderia ser destinado a outras prioridades públicas —, quando até já havia “uma investigação aturada”? Manuel Homem fica muito mal na fotografia.
Os dois comunicados do SIC, em vez de esclarecerem, expõem uma falha gravíssima de Inteligência e de segurança pública. E ninguém é responsabilizado?
Ou os dados eram frágeis — e estamos a assistir agora a um aproveitamento político —, ou eram sólidos — e houve omissão e negligência inaceitáveis.
Os próximos a ser detidos
E os nomes citados no texto de Anselmo? Surgem Higino Carneiro e Dino Matross, altas figuras do MPLA e apontados como potenciais candidatos à liderança do partido no poder. As acusações são gravíssimas e o silêncio dos visados, nesta altura, é ensurdecedor.
São os próximos a ser detidos? Ou tudo isto é apenas uma operação interna de limpeza política?
O povo merece respostas claras, com provas, rostos e responsabilidades assumidas — não comunicados unilaterais.
Uma coisa é certa: se o que o SIC alega for verdade, Angola está perante uma ameaça séria. Se for falso ou manipulado, estamos perante um abuso ainda mais perigoso, que coloca em causa a seriedade e a capacidade de liderança das nossas instituições de Defesa e Segurança.
A pergunta final é simples: lançaram-se os comunicados e agora? Quem vai esclarecer Angola e o mundo?
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